A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

domingo, fevereiro 25, 2007

Reliquias.

Atualização.
Só vi agora que o post estava cheio de erros esquisitos. Já está melhor. Fodasse que o Blogger só dá problemas!

Á muito muito tempo atrás, não haviam blogs, ou se existiam eu nem sabia e nem eu sequer tinha um modem para me ligar á Internet. Estou a falar de 1998. Encontrei, esta relíquia inacabada desses tempos, saudosos ou não, onde não sabia onde divulgar as alarvidades que me saiam das mãos. Já lá vão dez anos, por isso não esperem grande coisa. Aqui o Má-Onda ainda tinha comido pouca sopa.
A Fantástica Epopeia De Alcino Gabriel, o Intelectual de retrete.

PARTE ZERO


Alcino Gabriel, um pseudo – playboy rural, está a tentar curar a ressaca de ontem á noite.
Ontem foi a grande festa do seu trigésimo aniversário. Recebeu um “altomóvel” de presente do papá e da mamã. Coisa rarissima, os automóveis, neste pais já que quase toda a gente tem e anda de carro de bois. De facto o parvo do Alcino ( parvo mas fashion ) tem um carro de bois.
Bois com manchas pretas e brancas.
Pouco visto.
Mas há.
Que os há, há.
E o Alcino tem uns.
Só para dar nas vistas.
Ser mais do que os outros.
Não podia ter uns castanhos como toda a gente.
Nem mesmo os carros de bois desportivos equipados com touros lhe chegam aos calcanhares.
Mas agora tem um carro a sério, daqueles que teem cavalos e motor e tudo! Já se pode desfazer dos bois. Vai vende-los.
Alcino, neste momento, ou seja, ás quatro da tarde ainda está metido na sua caminha de madeira, pintada de branquinho a olhar para as paredes azul bebé do quarto.
O gorducho lambão e preguiçoso volta a ficar com sede. Pega numa sineta que tem na mesa de cabeceira.
- Chhling, chling. –toca a sineta.
- Mamãããã – grita Alcino –Ó mamã!
A mãe do Alcino, uma mulherzinha com uns cinquenta e cinco anos, entra a correr no quarto.
- O que é meu querido? –pergunta com meiguice.
- Ó mamã. Eu tenho chéééde! Quero bumbum! –diz o Alcino com voz melada.
- Tadinho do meu bebé. Tem sedinha! Eu vou preparar um cházinho, tá bem?
- Oh! Sim mamã. Sim! –exalta o podre a bater palmas.
A mulherzinha sai do quarto a correr, enquanto limpa as mãos ao avental.
Passados cinco minutos, o Alcino já está a apreciar um cházinho com torradas e bolachas de água e sal com mel metido na sua caminha branquinha.
A ressaca já está quase curada. Quem dera que á noite já possa sair com o carro novo para poder mostrar ás amigas. Oh sim! É que era fiche! Não é como aqueles pacóvios que ainda andam todos convencidos, armados em importantes em carros de bois. E bois castanhos ainda por cima. Nem que lhe pagassem andava num desses.

Por toda a cidade, estão a ser colados cartazes referentes á grande gala oferecida por sua excelência, o presidente.
Esta gala conta com um show para enterteiners iniciados.
Alcino, já quase curado da ressaca vai á rua apanhar ar. Olha á sua volta e vê os mesmos prédios de habitação que toda a vida viu. E o pai dele também. O avô idem e o bisavô outro tanto. Só que agora já não são tão bonitos como antigamente. Estão todos podres, sem pintura e com a cal toda descolada.
Vêem-se por vezes os apanhadores de bosta, ao longe, a colectar o escape dos veículos. Parece que o excesso de bosta pode causar problemas no sistema digestivo das galinhas que passeiam pela cidade. Esta bosta vai servir para vedante térmico nos fornos das padarias. É um negocio rentável este. Viver á custa dos veículos dos outros. Não custa nada. É só apanhar o produto, mete-lo num saco e pronto. Os apanhadores de bosta ás vezes até teem discussões terríveis por causa da demarcação do território que controlam.
Lutas de naifa terríveis. Mas agora eles estão a querer revoltar-se porque o presidente quer por colectores automáticos de bosta pela cidade para lhes tirar o ganha pão!
Mas isto não interessa.
Alcino repara num cartaz colado na parede do seu razoavelmente prédio conservado
- Olha, olha! –pensa Alcino em voz alta. – Eu até era capaz de participar, caso precisasse. Mas não preciso. O papá e a mamã tratam de mim tão bem que eu nem preciso de tentar envergar por uma carreira artística. É sabido que eu faço sombra ao Fred Aster no que toca ao sapateado! Áh pois! Eu é que não quero ofuscar a luz dessa estrela. Porque se quisesse...
Entretanto, aparecem uns rapazotes com umas moças num carro de bois.
- Eu, ó Alcino! Seu parvalhão! –berra um deles. – Quando é que vais trabalhar seu merdas? Meu paneleiro dum raio?
Alcino responde logo á letra.
- Calem-se cornudos que eu ainda ontem papei as vossas namoradas que vocês levam ai na palha! E eu não sou preguiçoso. Eu é que não preciso de trabalhar. E se precisasse bastava-me ir aqui á festa de gala do presidente, que ficava logo lançado na resplandecente vida artistica! –berra Alcino para o rapazote.
- Quíá, quíáááá, quiááááááááááá, és mesmo um palhaço! Se queres apostar aparece hoje á noite na discoteca para combinar-mos isso.
- bem. Lá estarei. Acho que vocês vão obrigar-me a ficar famoso.
- És um merdas! –berra o tipo do carro de bois.
O veiculo de tracção animal arranca, deixando um rastro de bosta pelo caminho.
- Há! Eles vão ver.. –diz o Alcino enquanto estala os dedos.
O playboy volta para casa.
O jantar vai ser servido e daqui a pouco tem de ir á discoteca.
Chega á cozinha e vê a mãe a tirar a comida do fogão.
- O que é a comida mamãezinha querida?
- É peixinho cozido com batatinhas cozidas.
Bléé! O Alcino não gosta muito disso.
- O mamã. Eu preferia uma feijoada! Podias fazer uma enquanto eu tomo um banho? É que eu vou logo mostrar o carro a uns amigos á discoteca sabes?
- Ó, pronto meu filhinho, não há problema. Eu tenho feijoada congelada e preparo num instantinho.
- Mas mamã! Eu preferia que fosse antes fresca, feitinha agora!
- Prontos, prontos. Tá bem. Vai lá tomar o banhinho que daqui a pouco está pronto.
Alcino, todo satisfeito vai para o quarto de banho tomar um banho para tirar o cheiro a catingue que tem no corpo gorducho, próprio dum playboyzeco lambão.
Porem, de repente volta atrás
- Ó mãe. E se puder ser faz também um pudim e um molotofe para a sobremesa.
O lambão vai todo baboso para a banheira, já a pensar no jantar.
Passada hora e meia debaixo do chuveiro e mais uma hora para se secar e vestir, Alcino vai para a cozinha.
- Ah, meu filhinho. Acabei de fazer a tua papinha!! Tal como tú gostas!
- ÓÓÓ! Mamã. Tú já sabes que eu não gosto que ponhas orelha de porco na feijoada!
- Pronto filho. Eu cato a orelha de porco para poderes comer.
- Está bem mamã. Obrigado. E o pudim e o molotofe?
- Já estão no frigorifico.
- E que cobertura puseste no molotofe?
- Caramelo.
- Não quero. Quero chocolate. Pode ser?
- Claro filho. Enquanto comes eu rapo o caramelo e faço o chocolate.
- Obrigado mamã. Eu adoro-te.
Alcino, começa a devorar vorazmente a feijoada que a mãe fez de propósito para ele.
De repente, a feijoada começa a fazer efeito.
O playboy solta um gaz silencioso, mas prolongado. Dos mais perigosos.
O aroma começa a alastrar e chega ás narinas sensíveis do dono.
- Úúúúúúf! Mamã! Eu dei um puzete fedorento! Não te importas de vir aqui com o abanador fazer vento para espalhar o cheirete?
- O papá vai ai. –diz a mãe.
O pai do Alcino aparece rapidamente com um abanador e expulsa o fedor nauseabundo, enquanto o filho prepara-se para começar a devorar o pudim e o molotofe.

Na discoteca mais “in” da cidade, quatro rapazes e quatro raparigas estão sentados ao balcão á espera.
A musica, a um volume ensurdecedor, faz vibrar o soalho.
É um novo estilo inspirado no contexto industrial. O génio criador desta nova onda musical, um ex. - trabalhador numa fábrica têxtil. O DJ teve a ideia brilhante de gravar os sons dos teares para uma cassete e com a ajuda dum computador acrescentou-lhe uns ecos e no meio umas frases em inglês praticamente indecifráveis.
Mas o pessoal gosta.
O TÁTÁTÁTÁTÁTÁTÁTÁTÁTÁTÁTÁTÁ dos teares de que os operários tanto se queixam no trabalho, já não os incomoda quando estão na disco.
Todo o burro come palha. A questão é saber-lha dar.
E quem fica a ganhar é o génio do DJ.
- Aquele parvalhão do Alcino vai aprender uma lição. –diz o rapazote condutor do carro de bois com o cabelo empapado de gel.
- É. – diz a namorada do geloso. – Tem um paleio irritante. Muita lábia e muito mimo.
O rapazote com o cabelo azul, amigo do geloso, olha para o relógio com alguma dificuldade por causa das luzes coloridas e dos flashes.
- O gajo nunca mais chega pá! Já são duas da manhã! E amanhã tenho um teste a geometria descritiva logo ás oito e meia! –diz ele.
Entretanto, o grupo repara que á porta está alguém vestido de fatinho branco coberto de lantejoulas. Ao pescoço, trás um cordão de ouro com uma cruz gigantesca pendurada e o símbolo dos hippies.
- Aquele não é o Alcino? –pergunta o geloso boquiaberto.
- Só pode ser! –responde o rapazote do cabelo azul.
Alcino, avança lentamente atirando os pés para a frente um do outro, fazendo com que o vinco das calças á boca de sino dance para trás e para a frente á volta da perna.
Aproxima-se do grupo e senta-se ao balcão. Ajeita o cabelo castanho claro empapado de brilhantina e prepara-se para falar.
- Olá. Aqui estou para vos dar uma lição seus panacas.
O geloso olha seriamente para os olhos do Alcino.
- Ai é? – diz ele – então eu aposto como nem em décimo lugar ficas no show do banquete do presidente.
Alcino olha para o lado e boceja.
- Bof! Grande coisa! O que é que queres apostar?
- Muito bem parvalhão. O teu carrinho! O teu carro!
- Há! E o que é que tu pões? –diz o Alcino com ar de convencido.
- A minha namorada por uma semana! Ela já combinou comigo!
- Pfffff. Eu tenho a tua namorada todos os dias! – diz o playboy enquanto estala um dedo.
- Tás com caguefe não é? –provoca o geloso.
Alcino cala-se por uns momentos. Depois tira o telemóvel prateado do bolso.
- Desculpem lá. Tenho que telefonar para casa.
Alcino marca o numero. Depois com um gesto dinâmico leva o telemóvel ao ouvido.
- Tá, mãe? –grita o Alcino para o telemóvel. –É o Alcino! Olha, táva-me a apetecer um bacalhau recheado. Eu dentro de duas horitas estou em casa. Não há problema? Tá bem. Chau.
O lambão guarda o telemóvel e regressa á conversa.
- Ora bem. Está apostado. Para a semana vou lá. Vou á exibição! E vou ganhar! Mas não te preocupes! Tu também vais ganhar! Vais ganhar um par de cornos nessa testa dura do tamanho da minha pila!
- Vais é ficar sem o teu carrinho seu cretino!
- Cretino és tu. E vou-me embora, porque hoje aqui só há chungaria. Ciau.
Alcino levanta-se do banco e da mesma maneira como entrou, saiu. Á saída saca duma grande nota e oferece-a ao porteiro.
Vai para o carro. Liga-o e vai para casa. A meio do caminho, volta a pegar no telemóvel.
- Tá, mamã? Sou eu outra vez! Olha, não podias fazer também uns rojões? Óptimo. Chau.
Alcino, depois de comer a ceia preparada pela mãe, vai lavar os dentes com a escova do bugs bunny. A seguir veste o pijama, tipo fato de macaco azul, que cobre o corpo todo até aos pés onde tem dois grandes pompons. A única parte á vista é a cara. Na cabeça tem umas orelhas de coelho e no rabo, outro pompom.
Boceja, arrota e vai para a cama.
Adormece logo de imediato.
De manhã acorda com o chilrear das rodas dos carros de bois.
Puxa a almofada para trás das costas e senta-se na cama.
- Mamã, maamã! –berra
A mãe do Alcino responde de longe.
- Já vou filhinho!
Passados poucos segundos a mãe entra no quarto.
- ! Já acordaste? Tão cedo? São onze horas!
- Sim mãezinha! Olha, vai-me fazer o pequeno almoço, tá bem? Eu queria um pingo, uma tosta e um croissant misto aquecido.
- Está bem filhinho.
- Olha, depois tinha uma coisa importante para te falar.
- E o que é bebé?
- Depois eu digo.
A mãe vai fazer o pequeno almoço.
Entretanto, Alcino vai expulsar a ceia que comeu ontem á noite ao quarto de banho.
Lá põe-se a pensar em voz alta.
- Será que fiz bem em apostar com aqueles retardados mentais? Bem. Eu não tenho medo nenhum! Mas será que o presidente vai compreender o meu estilo de sapateado? Ele não me parece lá muito entendido no assunto. É que isto que eu faço é dança de cariz intelectual! Só para adiantados mentais como eu. Privilegiados com uma enorme inteligência, erudição e bom – gosto. Grandes génios por assim dizer. – Alcino apoia os cotovelos nos joelhos, segura a testa com as mãos e prossegue o monologo. –Mas até vai ser bom. As pessoas como eu devem aparecer e mostrar ao povo burro e bruto o que é realmente cultura. Ao ir á actuação só vou privilegiar o mundo. Eu não posso privar o mundo de tão grande talento como o meu! Era um crime! Um crime contra a Humanidade. Bem. Mas se Deus quiser, o presidente não é nenhum grunho e eu vou ganhar aquilo. E vai ser nas caaaalmas. –diz enquanto estala os dedos.
Alcino pega no papel higienico e tira um pedaço. Dobra-o muito bem, vinca-o e passa-o pelo rabo. Olha para ele, cheira a mancha castanha e larga-o na retrete. Depois vai ao bidé, liga a água quente e lava o cu gorducho. A seguir volta para a cama.
Recosta-se para trás e põe os braços atrás da cabeça todo confiante.
Ouve a mãe a chegar ao quarto e põe-se direito.
- Toma lá filhilho. Um pingo, uma tosta e um croissant misto aquecido. E agora o que é que me querias dizer?
Alcino, todo baboso pega no pingo e bebe um gole. Faz uma careta e volta a pousar o copo.
- Mãe! O pingo tem muito café! Quero outro. Vai fazer um novo e eu digo-te.
A mulherzinha, suspira e vai á cozinha.
Cinco minutos depois volta.
- Pronto filho. Vê se este está bom.
Alcino prova.
- Está óptimo! Agora aquilo que eu te queria dizer. A ti e ao papá, mas a ele digo mais tarde quando ele chegar do trabalho.
- É alguma coisa importante filho?
- mãe. É uma coisa que vai mudar a minha vida para sempre.
A mulherzinha quase que tem um desmaio.
Será que o filho, finalmente decidiu ir trabalhar? Ou quem sabe até se casar e sair de casa! Quem sabe?
- Ai, meu filhinho. O que é? –suspira.
O lambão faz uma pausa.
- Mãe, eu vou participar e ganhar o concurso que o presidente vai dar no jubileu. Vou fazer o meu numero de sapateado. –diz com ar superior.
A mãe fica um pouco desiludida. Mas já é melhor que nada!
- mãe. Eu vou ficar o resto da semana aqui no quarto a ensaiar. Eu quero que ninguém me incomode. Quando eu tiver fome ou precisar de alguma coisa eu chamo-te. Tá bem mamã?
A mãe concorda e sai do quarto.
O Alcino treina a semana toda. No dia antes do espectáculo, faz uma trouxinha com o fato branco das lantejoulas. Despede-se do pai e da mãe no meio de grandes choros e vai para a capital no carrinho novo.

PARTE 1

Dão-se os últimos retoques para o jubileu dedicado ao presidente da republica, pelo seu sexagésimo sétimo aniversário. E também por esta data ser também o aniversário da sua ascensão ao poder há já quase quarenta anos.
Este presidente, um ditador sem o admitir, tem-se mantido no poder graças aos serviços da policia secreta que ele mesmo criou e comanda. Qualquer insinuação, por mais inocente que fosse contra o estado, ou suspeita de conspirações contra o presidente era logo cortada pela raiz.
Mas o presidente tem de se mostrar bonzinho de vez em quando e por isso, ás vezes decreta uns feriados, faz umas festas e anualmente faz esta grande festa em sua honra.
Este jubileu, também pretende descobrir novos talentos .Dá-se logo a seguir ao banquete, quando todos vão para a sala de espectáculos.
Isto é uma maneira do presidente mostrar a sua solidariedade e a importância que dá á cultura do seu povo, mas o que ele quer mesmo é rir-se das figuras tristes dos novatos que lá vão.
Entre eles está Alcino Gabriel, o pseudo – playboy rural. Vai apresentar um numero de sapateado.
Faltam poucas horas para o espectáculo. E ele é logo o terceiro a entrar no palco.
Alcino está terrivelmente nervoso. Anda de trás para diante, calçado de pantufas na sala de espera atrás do palco aterrorizado com a ideia de lhe correr tudo mal.
Na sala de espera, alem de outros, está um mágico. Um homenzinho baixinho e gordo de cabelo grisalho a mascar tabaco. É um criador de gado das redondezas que vai aqui tentar a sua sorte. Talvez caia nas graças do presidente e ele lhe conceda qualquer coisa! Talvez lhe pague os remédios para o morrão que os coelhos dele apanharam a semana passada.
Alcino dirige-se ao mágico.
- Pois é.
- É. –responde o mágico.
- Vamos lá ver.
- Vamos. –torna a responder.
- Está nervoso?
- Eu não! –diz o mágico num tom despreocupado. –E o senhor está?
- Eu estou... –responde o Alcino ao mesmo tempo que põe as mãos na cabeça.
- Hó! Vamos! Prontos! –diz o mágico para acalmar o gorducho. –Eu tenho aqui uma coisa que o vai deixar calmo.
Tira do bolso um frasco de vidro acastanhado e retira um comprimido.
- Vá lá, engula isto que se vai sentir melhor.
Alcino, sem pensar, pega no comprimido e engole-o logo. Só depois é que se lembra do mais importante.
- O que é isto?- pergunta ele todo preocupado.
- Hó! Não tenha medo. –diz o mágico, enquanto manda uma escarradela castanha pela janela. –É só um tranquilizante que eu dou ao meu gado antes de ir para o abate, portanto não tenha medo! Ei rapaz!
O Alcino dorme como um porco deitado no sofá.
- Bem. Acho que fazes bem pá. Assim ficas mais descansado para o espectáculo. –fala o mágico a mastigar o tabaco inclinado para o Alcino.

----------------------------------------------------------
O resto, pouco mais, pois esta epopeia não foi acabada, está ainda escrito á mão, em cadernos amarelados á espera de serem copiados.
Talvez um dia.
Ou não.

1 comentário:

Mário Gabriel disse...

Que conto! Este tem o potencial das obras clássicas mais importantes da Literatura. Estou extasiado, até pela ponta dos mamilos dura. E a parte em que o filho se prepara para devorar o pudim, deixando a cena em aberto? Que amargedão de peidos não sairá dali!

E esse Oblivion? Os Knights são uns peidorrentos de primeira, aposto. Usam armadura para prevenir que o calor do PUM! se liberte para o exterior. Até nisso o jogo deve estar perfeito.

Prémios

Prémios

Gente Interessada em Cultura de Topo

Quem é o coiso?

Guimarães, Minho, Portugal
Add to Technorati Favorites