Durante vários anos, Randolfo, sedento por literatura e conhecimento para assunto de engate fácil, agarrava-se a tudo o que podia apanhar na decrépita casa de banho que existia no rés-do-chão do prédio de onde vivia. Uma retrete um lavatório e um prego na parede com recortes de jornal era o que servia mais de sessenta famílias cagonas, devoradoras de quilos de feijões e toucinho, arrebatando longas filas de espera para quem nada pode fazer senão esperar a sua vez de viver um momento de alívio intestinal.
Como uma fera que desata a correr pela savana inundada de antílopes fodilhões, Randolfo, o intelectual de retrete, corre desesperado para o cubículo da concórdia. Tem de se por bem com a vida neste momento.
Abre a porta de rompante. Um bafo húmido e quente vindo do interior bolorento entra-lhe pela boca dentro, semelhante a algodão doce sabor a merda fermentada, sebadouro rivalizante da fossa de quinta Vimaranense. Lá dentro um puto agarrado á pila tenta descobrir porque é que a coisa ficou dura quando viu a irmã a entalar a pila gorda do primo labrego entre as pernas.
Randolfo compreende que é uma revelação importante para a criança de oito anos, mas não pode esperar. Pega-lhe numa orelha e enxota-o. Diz-lhe numa voz aflita e ressabiada que continue a pesquisa no vão das escadas. E que esfregue com mais sofreguidão, porque agora ele tem necessidades de cariz intelectual.
Senta-se no trono...
continua...
1 comentário:
Randolfo?? lol
Onde vais buscar estes nomes?
I like this one better :)
bjo
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