A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

terça-feira, junho 02, 2009

Gustavo, o Couvinha

Gustavo Mandrião, gostava de gastronomia de base transcendental.
Na realidade era transmontana, mas numa acesa discussão consigo próprio, acaba por utilizar uma palavra de melhor agrado ao ouvido, descorando o seu verdadeiro significado.
No dia em que alegre com o jantar devorado á base de fundos perdidos, pousa as bochechas rabais na porcelana imaculada do seu santo mosteiro e descarrega todo o seu saber acumulado em majestosas erupções, dignas das catástrofes destruidoras de Pompeia, quiçá replica da desgraça da própria Atlantida, sente por breves momentos que tudo o que julgava saber e acreditar estava esparramada na alva porcelana.
Desprovido do seu conhecimento, acontecimento deprimente algo súbito de que não estava á espera, Gustavo encontra-se num estado leguminoso, semelhante ao de uma couve de Bruxelas.
Mas que maravilhosa descoberta, que fantástico imprevisto para o seu querido séquito.
Vencedor de concursos de cartazes, apenas pelo charme da baba que lhe escorre pelo canto da boca, este pobre diabo já nem a merda que tinha na cabeça o faz pensar em frente.
Nas hortas de horticulas, a horticultura da couvinha de Bruxelas, bom acompanhamento desde que bem preparado por um belo Chef, crescem e engordam, belas e rechonchudas hortaliças, que quando comidas podem causar gazes com elevados efeitos de estufa.

sexta-feira, março 27, 2009

Pequeno texto experimental com o intuito de meter medo.

Ta quase, tá quase.
Suado pela testa abaixo, com a tempora a latejar, empurra a porta da casa de banho, e engole o ar carregado com o cheiro a merda fria, molhada, que escorre liquefeita pelas juntas dos azulejos beijes do chão crivado de inomináveis testemunhos.
Com a mão agarrada ao queixo, em frente ao espelho rachado, mete o punho na boca até estalar o maxilar.
O horror por ele presenciado foi demasiado, e num reflexo, numa reacção inconsciente, comete tamanha agressão contra si próprio.
O suor pinga junto ao sangue dos maxilares rebentados, e os olhos esbugalhados, raiados e aterrorizados fitam o punho enfiado na boca, naquele espelho semi - iluminado pelas luzes intermitentes, estroboscópicas, epilépticas.
Ao arrastar os pés para fora daquela fossa homologada por peritos ignóbeis, bem besuntados, bem untados com pontes modernistas, lembra-se de que não quer tornar a passar pelo horror que testemunhou.
O vazio horripilante do silencio e da escuridão, fizeram-no voltar para trás.
Porque já não há lá nada.
Já não há lá ninguém.



(é. ando a tentar escrever coisas assustadoras ou que metam medo. mas num sei.)

quinta-feira, março 26, 2009

O gaijo que não tem dinheiro para pão com manteiga.

Arrancado aos demais devaneios, Raquítico, nome posto por colegas de carácter duvidoso, chega a casa sempre tarde depois do lanche.
Que há-de ele fazer se nem meia dúzia de tostões tem para poder mandar a velhota rançosa, puta vigarista, da padaria da esquina barrar um naco de manteiga num pão de anteontem?
Talvez decida que esta vida não é para ele e dedique-se a questões de cariz eclesiástico.
Talvez um convento de santas freiras será o mais indicado para ele, e para a sua pressão testicular, mas com a maré de sorte que anda, e andou toda vida, ainda calha num mosteiro de parca santidade e preferências rectais.
"Agarra-te á pila e pede perdão. Pede perdão pelos teus pecados, velho gordo, velho rombudo. Velho tonel de vinho que nem sabe para onde rolar. Nem sabe para onde virar.
Mas se for necessário, porque não poderá ele achar as achas da fogueira e atear-lhes fogo? "

Porque não.
É frio e feio,
é frio e feio.
É.
Adianta muito sentar-se no banco do jardim. O sol já não brilha para todos meu menino. Isso sabe, isso foi nos anos oitenta, belos anos de vacas gordas e putas de conas fartas.
Anda agora, pelas ruas a deambular. A abanar a cabeça e os testículos num ritmo adequado ás novas normativas da função obrigatória.
Ou fazes ou levas.
Ou fazes, ou levas.
Se dizes apanhas.
Apanhas.
Na boca.

domingo, março 22, 2009

Raciocinio após directa

Sobre os Volvo's

Se um carro é Volvo
Uma carrinha é Vulva?

terça-feira, março 17, 2009

Tataram-tam-tam!! Buuuéééh, o ZOMBI acordou!

Foi este sábado que passou, durante pagodes folgados em adegas imaginarias que, durante uma sessão de masturbação bastante real, o Ornitorrinco azul, nome artístico deste arrumador de garrafas falhado, decidiu dedicar a sua vida a algo melhor do que espetar piaçabas em garrafas vazias.
A sua vida não foi planeada desta forma, contudo o seu status social não lhe permitiu conseguir uma projecção do seu espírito mais ou menos humano como devidamente merecia.

Vingativo por lhe ter sido recusada uma vida como enólogo, o Ornitorrinco de vez em quando espalha leite gordo no interior do veiculo do seu patrão, troglodita conformista que arrua tudo o que pode e o que consegue. Convencido que detém mais de quinhentos mil dinheiros e que pode fazer e mandar, costuma apreciar a degustação não do vinho que produz, mas do esperma espesso dos cavalos que cria.
O leite gordo apodrece e fica um cheiro a bicho morto que não se pode naqueles estofos de veludo maltês.

Depois de esfregar as garrafas, labuta estúpida, puta da fada do destino que lhe reservou tal fado, no final do dia, o Ornitorrinco azul escreve na decrepita parede da casa de banho da estação de serviço, onde pára para libertar o demónio cilíndrico e fedorento que vai dentro dele:

“Quem aprecia vinho, sabe que não é apenas sacar a rolha e beber. Tudo que envolve a magia da clássica bebida merece uma certa pompa. Da escolha do tipo da uva, da safra, o ritual de abrir a garrafa, as taças, os aromas, a espera por um momento especial, as pessoas que estão juntas, o local onde ele será degustado, enfim, beber vinho é uma verdadeira arte para muitos."

Quem irá ler esta tão bela afirmação, lida numa das caixas de vinho, escrita por outrem? Um camionista em busca do amor perdido á beira de uma estrada? Uma puta gorda que se esconde na casa de banho dos gaijos para sacar a cheta para a renda?
Ninguém sabe mas também para o Ornitorrinco pouco lhe importa.

Desta vez, passa.





(buuuéééh, o zombie, será possivelmente uma proxima personagem a explorar. fica apenas aqui um teaser,)

domingo, janeiro 11, 2009

Depois de ver.

A baba que escorre pela testa, preenche quase por completo, mesmo quase toda a sala da repartição das finanças.
O terror instaurado pelas paredes beijes e viscosas daquele cubículo rançoso, estão a levar á falência senil quem por lá anda a prestar a devida vassalagem.
Regougam vozes assimétricas, queixosas demais para serem ouvidas por orelhas cerosas e ignorantes por opção. Deverão seguir o seu caminho ou aguentar o enfardo devoto á ordem das coisas demais?
Não se sabe ao certo o que poderá acontecer a estas paredes viscosas, negras dum obscuro sentido da realidade.
Ninguém jamais percebeu o seu significado, mas obviamente, ele existe.

Tal como tudo.

Tal como é.

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