Ta quase, tá quase.
Suado pela testa abaixo, com a tempora a latejar, empurra a porta da casa de banho, e engole o ar carregado com o cheiro a merda fria, molhada, que escorre liquefeita pelas juntas dos azulejos beijes do chão crivado de inomináveis testemunhos.
Com a mão agarrada ao queixo, em frente ao espelho rachado, mete o punho na boca até estalar o maxilar.
O horror por ele presenciado foi demasiado, e num reflexo, numa reacção inconsciente, comete tamanha agressão contra si próprio.
O suor pinga junto ao sangue dos maxilares rebentados, e os olhos esbugalhados, raiados e aterrorizados fitam o punho enfiado na boca, naquele espelho semi - iluminado pelas luzes intermitentes, estroboscópicas, epilépticas.
Ao arrastar os pés para fora daquela fossa homologada por peritos ignóbeis, bem besuntados, bem untados com pontes modernistas, lembra-se de que não quer tornar a passar pelo horror que testemunhou.
O vazio horripilante do silencio e da escuridão, fizeram-no voltar para trás.
Porque já não há lá nada.
Já não há lá ninguém.
(é. ando a tentar escrever coisas assustadoras ou que metam medo. mas num sei.)
A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.
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sexta-feira, março 27, 2009
Pequeno texto experimental com o intuito de meter medo.
Etiqueta
Contos Pequenos,
Micro-Biografias,
Paranço da Boneca
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