A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

domingo, outubro 30, 2011

Texto corrido sem posterior leitura.

Foi aturadamente surgindo uma pessoa indicada pela gostosa porca da selva do norte do Mondego. Deixa lá que te apanhem desprevenido, arranjado pelo cabelo de pé, porem nem desta nem doutra maneira, seria possível arrumar os desarranjos conjugais presentes nos intestinos rudimentares da sociedade generalizada pela empírica ideia do conformismo imediato. Levado a crer nos deuses do melhor amanhã, indevidamente individado sem causa e sem efeito, a possível revolta passa a ser vista e degustada como um balde de merda a ser evitado. Deixa lá que amanhã vê-se, porqm a formula leva a dominar os leões da sorna, as panteras do sofá. Foram-se as vontades mas não se foram os desejos, e quando a diarreia se soltar, muita merda vai fazer escorregar. As luzes estroboscópicas já pouco fazem para deixar as almas quentes e aconchegadas. Vómito e dor de barriga elevam-se acima do arrojado perdigoto latino. Famílias inteiras continuam a sonhar com o arruamento lateral, que lhes permita sair sem fazer barulho, porem nestes casos específicos, deveria ser tratado cada caso como um animal selvagem, algo relacionado com babuínos e cães de caça, correndo e brincando juntos, vestidos com tutus cor de rosa, a dançar alegres de patas dadas e tarecos cortados.

sábado, setembro 03, 2011

O Coiso que não sabia o que fazia nem por onde andava.




Andou iludido durante uns tempos mas depois passou-lhe a mania da ilusão.
Não fazia a menor ideia do que por ali andou a fazer, metido naqueles becos escuros e humidos, entre aquelas paredes revestidas a silicio e cobre.
Chegou a correr dum lado para o outro, no escuro como um demente atrasado mental a babar pelo canto da boca e com um sorrizo apático balbuciava grunhidos infantis semelhantes aos ruidos emanados pelos circuitos electronicos em plena decadencia do final dos tempos.
Dele nada se sabe, nem ele sabe.
Nunca ninguem soube da existencia dele.
Tambem, já não existe ninguem à muito tempo.
Como tal, não faz ideia nem tem noção ou conceito de como nasceu, como cresceu ou viveu. Apenas existiu naquele espaço de tempo, naquele lugar.
Com o passar dos anos, séculos, coisa que não esta que lhe ineressa, as paredes de aço putrefacto começaram a ceder.
A luz que invadiu o tunel decadente era diferente da que o alimentou durante milenios.
Cegou-o durante dias.

Tambem que se foda.
Depois passou-lhe.
E nada fez.

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quarta-feira, agosto 24, 2011

Micro-Biografias de Gente Comum #2 - O Neo-Rupestre -

O asfalto preto e molhado reflecte a luz branca, morta, do poste de média tensão.

A faiscar no meio das moitas e arbustos, brilham os olhos de alguém que não quer ser nem saber. 

Durante vários anos ninguém deu conta da sua existência praticamente rupestre por entre os pedaços verdes das vias rápidas e vias de cintura interna.
Durante os seu tempos entre os comuns mortais, quando se queixava da vida, costumava lamentar-se do facto do seu pai nunca o ter levado às putas.

Isso, segundo ele deu-lhe a desvantagem na vida que reconhecia em relação às suas desavenças e o tenha levado a uma vida sem saída aparente.

Farto da porca vida que levava, da parva existência que tinha, ele porem nunca teve a força de vontade de mudar o que quer que seja até ao dia em que reconheceu por fracções de segundo, o universo paralelo, a dimensão do lusco-fusco na própria fábrica urbana. 

Foi numa noite de enfado em frente do cinescópio intermitente de esborratados tons cinzentos, ao lamber o sangue que lhe escorria pelo nariz, que a dor repentina e aguda dentro da cabeça lhe fez disparar a raiva.

Farto de ser um pária, um cretino ignorado pelos seus semelhantes e demais animais domésticos, saltou do sofá de napa beije, porca, badalhoca e coçada.

A noite era de chuva torrencial.

A correr descalço, sozinho pela via de cintura interna, arranca a roupa do corpo, avança o separador central e embrenha-se na selva intermédia para nunca mais voltar.

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quarta-feira, março 09, 2011

Micro-biografias de gente comum #1

Ranulfo Pasteleiro viveu grande parte da sua vida a suspirar pela vulva da sua amada.

A Mulher que terminantemente o ignorou, é aparentemente detentora de fartas carnes e generosas geometrias. Indevidamente usadas e abusadas por gentes de talento nenhum, e onde qualquer idumentária intima e religiosa é eclipsada por entre as roscas roliças das suas coisas por demais, torna-se na alegria de viver e na inspiração das obras de arte perfeitamente manufacturafas pelo afincado pasteleiro.

"Parece uma bola de berlim" sisma de forma sistemática, Ranulfo ao olhar vidrado para a labia majora repuxada pela cueca de cetim, Sonha sempre , sonha todos os dias durante a madrugada, com a seringa de pasteleiro na mão treinada pelas décadas de homenagens solitárias a ela prestada, recheia os bolos que viriam a dar um ataque de diabetes ao trolha rendido pela agua fria do balde de cimento, ao advogado frustrado pelo tamanho da sua afirmação, ao rato balofo que assalta o tabuleiro.

No dia da sua partida prematura, Ranulfo nada deixou para trás. Apenas a massa esquecida e uma adoração perdida.



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