A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

sábado, dezembro 30, 2006

A Fada.

Luz.

Muita luz por todos os lados, suprimindo a possibilidade de existir qualquer sombra.

O mundo onde vive o Arlindo é feito de ouro e marfim, com avenidas alvas repletas de torres douradas tão altas que desaparecem no céu, diluídas na densidade espessa da luz.

Aqui todos os habitantes teem uma função. São obrigados a ter.

Quase tudo trabalha no mundo intermédio, onde a luz confraterniza com a sombra.

Uns recolhem sorrateiramente os dentes de leite das crianças humanas a meio da noite deixando miseráveis tostões em troca do marfim, exibindo uma forretisse tremenda, outros teem afilhados, exigindo deles estranhas contrapartidas por míseros favores, como comportamentos estranhos em relação a horários de chegar a casa, e caso abusem da sorte arriscam-se a represálias bastante desagradáveis. Olhem para o Pinóquio. Não foi estudar como lhe foi mandado e transformou-se em burro, sem antes ter a maldição do nariz, invejada por muitos, mas mal aproveitada por ele para fins lúdico - fetichistas com as vizinhas da carpintaria do Gepeto, padeiras de rabo farto e rata gorda ansiosas por madeiros crescentes á base da mentira fácil e da galhofa casual.

Uma fada nasce quando existe uma necessidade.

O Arlindo apareceu duma mistura de cimento com areia, quando o sol reflectiu os seus raios numa garrafa de cerveja meio choca, e fez com que surgisse a criatura mágica, porque foi necessário.

Mas já não é mais.

Num mundo perfeito como este, já não há lugar para o Arlindo, a fada – trolha de profissão. Acabou de concluir o ultima trabalho que existia para ser feito no país das fadas. Caso não arranje o que fazer no mundo intermédio, uma tarefa para desempenhar, algum tipo de humanos para explorar, então será exterminado para sempre.

Bem, até que nem era muito mau ser exterminado para sempre pensa ele de vez em quando, deprimido, sentado num banco de bar a beber uma cerveja já meio choca numa garrafa de jade e a brincar com os palitos entre os dedos. Esta vida está uma seca e não sabe o que fazer. Nem tem uma varinha de condão como o resto das fadas. Como é que se vai safar?

Travada pela sombra, a luz é obrigada a compartilhar harmoniosamente o mundo intermédio com a treva. Alem do mais, está um calor suado.

Neste mundo todos teem sem saber, uma fada que os explora por um lado e os ajuda pelo outro.

O Landislau, ainda não tem uma fada que lhe sirva.

Constantemente a espancar a mulher, a doce Bernardete por invejar ardentemente a roliça ratinha que nasceu com ela, este parvalhão paranóico é a única e mais abundante espécie perigosa de gay que pulula pelo mundo fora.

Extremamente conservador, mas duma perspectiva bastante grunha, bruta e rude, recusa terminantemente todos os seus impulsos naturalmente rabetas, que de outra forma seriam naturais para um sujeito de livres costumes mesmo sem gostar de abocanhar chouriça ao dependuro.

A ânsia inconsciente de querer apanhar diariamente com um tarolo que o empale e o faça ver constelações, levou-o a invejar negativamente as mulheres por terem formosas conas prontas a levar alegremente com todos os caralhos do mundo, e a odiar terminantemente todos os outros rabetas que pacificamente levam as suas vidas sem chatear muito.

Espanca-os quando os encontra, juntamente com o seu grupo de amigos, igualmente ansiosos por terem rolos de carne entalados entre as nádegas marcadas por chibatadas que eles próprios infringem para expulsar os desejos demoníacos que os assaltam constantemente.

Com os olhos arreguilados e com caretas de ódio, lançam hurros e insultos do tipo “Paneleiro da piça! Havia de te crescer um pinheiro no cú qué pa aprenderes!” “Toma lá um chuto na boca por teres um Smart meu panilhas da piça! Arranja um carro de homem!” “Qué que tas a fazer meu piça de folheta? A deitar as pilhas no pilhão? Seu filhodaputa rabeta da piça, essa merda da reciclagem é mesmo merda que chupa-piças! Só por causa disso vamos partir-te as pernas! Seu piças!” Entre outros insultos bastante menos elaborados. E reparem na palavra que mais se repete nos insultos. É aquilo que eles mais anseiam.

Hoje o Landislau deu um par de estalos á Bernardete no final da sopa.

Não sabe porquê. A sopa estava muito boa.

E não tem nada haver com o Benfica.

Mas sentiu uma vontade que não podia satisfazer. E como inconscientemente sabe que a Bernardete pode, o instinto da inveja fez com que puxasse a culatra.

A seguir foram para a cama.

Entretanto a fada desempregada, deambula pelo mundo intermédio á procura do que fazer, quando de repente vê o Landislau.

Ficou intrigado com o estranho espécimen, que de todos os desejos que a humanidade pede, o do Landislau e seus semelhantes, é o mais estranho para a compreensão das fadas.

Sorrateiramente entra pela janela do quarto aberta onde dorme o casal. Olha para a estranha criatura e procura satisfazer os desejos recônditos do cretino.

De repente lembra-se do mais importante.

Para conseguir fazer alguma coisa é preciso equipamento.

O Arlindo não tem varinha de condão, mas contudo, sempre ficou intricado com aquele apêndice de carnuça que tem entre as pernas. Será essa a sua vara mágica que tudo pode fazer acontecer? Será que aquilo poderá tirar-lo da rua da amargura?

Vestido com um tútú de bailarina e casaca de cabedal, o Arlindo saca a pila para fora da cueca apertada e bate com o marsápio marsupilaminiano na bochecha do Landislau que dorme.

“Paf paf paf”

Não faz nada.

De súbito, resultado das batidas pilantes que recebeu na cara, vira-se e arreganha o rabo peludo aparente por entre a tanga de fio dental para cima.

O Arlindo olha para semelhante avantesma e sente que não é ele que precisa de ajuda.

Olha para o lado e vê a Bernardete de cara inchada a dormir. Sente pena pela criatura.

Por ela e por todas as outras mulheres e outros gays abusados por paneleiros como o que está a ansiar por beringela pelo recto acima.

Vira-se para a mulher e com a sua varinha mágica, dá-lhe a foda da vida dela. Sem saber bem como.

Magicamente ela fica como nova, sem as pisaduras e sem se sentir deprimida.

Mas como no país das fadas, por qualquer favor que uma fada faça, tem de haver uma contrapartida, então a contrapartida que a pague o Landislau.

No dia seguinte, o parvalhão acorda todo pisado, como se tivesse levado uma carga de porrada.

Luz. Muita luz.

Num palco de ouro e veludo, um acontecimento solene é assistido por milhares de fadas.

O Arlindo descobriu o seu lugar.

Como que surgido do nada, o Arlindo ganha as suas asas definitivas e é condecorado com o titulo que se lhe adequa á sua função.

A partir deste dia e para sempre, será conhecido como, A Fada da Pila Gorda.

sábado, dezembro 16, 2006

Mas que raio de merdas me passam pela cabeça.

“Ai e tal, o Jukinha-Má-Onda é um porco, não actualiza isto e tal.” Dizem vocês enquanto esgravatam os sovacos suados e peludos intercalando por suaves coçadelas nos locais da vossa anatomia onde o sol não chega.

“Fodasse páh, como é que o gaijo sabe disto?”

É. Vou sabendo.

Mas apesar de ter estado longe de computadores ligados á Internet, tenho tido realmente algumas questões que me assaltam a mente á alta madrugada.

A mais recente foi o provérbio “Quem tem cú tem medo.”

Quem tem cú tem medo? Então quem não tem medo não tem cú!

Foi o ponto alto da noite, um autêntico assalto de ideias, uma catarata de novas noções e lições de vida.

Seguindo esta lógica, será então que o medo está relativamente relacionado á proporção do cú?

E quando aqui digo cu digo glúteos, pois sem o buraquinho onde vocês gostam de enfiar a beringela antes de a fritar, era pela boca que havia de sair a arrozada de cabrito que comeram na segunda-feira ao almoço.

Continuando, então podemos medir a quantidade de medo e consequentemente a quantidade de coragem em relação ao tamanho cuzal.

Por isso as mulheres são mais assustadiças por terem cus maiores?

São assustadiças mas não são covardes.

Mas, se a quantidade do medo é proporcional á dimensão do cú, será que o pessoal mais gordo é mais medricas?

Hei-de escrever uma historinha sobre isto.

Ou não.

Agora ando com uma ideia para mais um conto. “A Fada da Pila Gorda”. Um dia destes sai. Para já tenho as mãos geladas e não consigo mexer os dedos.

Ide trabalhar, seus podres!

segunda-feira, novembro 27, 2006

A luz cintilante da vela de cera pingante, ilumina as delicadas mãos femininas que afincam as unhas violentamente no pequeno apoio almofadada revestida de veludo vermelho para encostar os cotovelos no momento de ajoelhar e rezar.
Na parede de granito ao seu lado a pedra é invadida pelas sombras intermitentes dos vultos com movimentos repetitivos.
Gritinhos diabólicos, grunhidos de exorcismo, murmuros cavernosos e palavras em latim ecoam pela nave da igreja que se espalham e dispersam na escuridão.


O nevoeiro não desaparece à mais de duas semanas, e tudo leva a crer que Nosso Senhor abandonou esta terra perdida no meio da serra.

A incessante luta pela salvação das almas levou a que o jovem sacerdote adoptasse a melhor forma, segundo ele, de salvar almas do purgatório e expulsar demónios do corpo.

Sentado á sua pequena mesa de madeira, negra e gordurosa do azeite da candeia, escreve alguns apontamentos no seu pequeno livro de notas, de vértices boleados encadernado a couro preto, com uma pena cortada na ponta e tinta de carvão.

“Anno santo de 850.

A maldição continua a abater-se sobre a aldeia.

Hoje consegui com que levasse duas almas do purgatório ao paraíso e exorcizasse quatro pobres almas desta terra de ninguém.

Amanhã volto ao trabalho.

Que Deus me dê forças e coragem para mais um dia.”

O sacerdote, ainda um puto, vestido com o seu hábito de serapilheira, é senhor duma inabalável fé.
Desde que chegou á paroquia isolada no meio de serras frias e pedregosas, tenta em vão expulsar o mal que reside naquela aldeia plantada num vale sombrio.
Já experimentou todo o tipo de exorcismos que aprendeu com os mestres no seminário, mas a escuridão constante do nevoeiro serrado que envolve o vale não cessa de forma alguma.

Mas, á alguns dias atrás, começou a ter sonhos esquisitos, sonhos carnais com as sagradas criaturas femininas por Deus criadas, e num desses sonhos foi-lhe revelada a forma de livrar o vale do mal que o assola.

A lição que aprendeu assombrou-o mas encheu-o de esperança e vontade de trabalhar para o bem das almas.
Uma vontade como nunca sentiu, ou melhor até já teve desses desejos, principalmente quando andava no seminário, mas um dia quando foi ás latrinas, foi denunciado por um colega invejoso de preferências e gostos exageradamente anais.
Passados minutos, entram de rompante na latrina de madeira onde estava o jovem seminarista e foi apanhado pelo reitor, a esfregar a pila monstruosa, pila esta também uma traidora que por várias vezes o acusou, ao armar a tenda impossível de disfarçar debaixo do hábito ao rezar o rosário, e por consequência a habilitar-se a alombar legiões de vergastadas ciumentas vindas da mão dum reitor flácido de testículos rendidos.
Lá no fundo, o seminarista ganhou-lhe o gosto, pois se não gostasse de levar porrada com chicote, os seus reflexos inatos não dispersavam o óxido nitroso pelo corpo até lhe chegar ao membro do diabo. Aquilo ao fim e ao cabo até lhe apaziguava os calores infernais que sentia a crescer de dia para dia, mas que teimava em controlar para não desagradar á regra.

A luz difusa entra sem produzir qualquer sombra pela janela do pequeno quarto espartano em que o sacerdote dorme assombrado por pesadelos de sombras tridimensionais e principalmente, por pesadelos em que se esquece de vestir o habito, calçar as sandálias e dá a missa descalço e em trusses.
Que humilhação.


Está a nascer o dia.
Mais um dia a trabalhar na salvação das almas.
Da expulsão dos demónios do corpo.
Enfim, é uma profissão como qualquer outra, tem os seus altos e baixos. Poderia trabalhar na tasca do pai a virar frangos na brasa e ser muito mais feliz, mas a Fé foi mais forte.

Levanta-se senta-se na cama, põe a mão direita sobre os olhos e aperta-os. A seguir leva a mão ao cabelo e puxa-o para trás até á nuca onde pára e desce um bocado para coçar as costas marcadas pelas centenas de chibatadas que levou no seminário por ter uma picha anarquista.
Olha para o santo madeiro e as duas companhias e encontra tudo num estado lastimoso, não degradado, mas com o aspecto avermelhado e inchado causado pelo excesso de uso.
Os tomates estão completamente murchos e espalhados como se de um saco frouxo com duas nozes lá dentro se tratasse.

“Tende coragem, o Senhor vos há-de dar forças, pois foi ele que nos guiou até aqui para que façais o vosso duro trabalho.”

Levanta-se com algum custo da cama, lava-se numa bacia de cobre com água gelada pelo frio da noite, veste o hábito pela cabeça com um só gesto, faz as suas orações e dirige-se para a sacristia enquanto come um pão com queijo da serra.

Á sua espera, encontra-se já uma legião de paroquianas, atormentadas por calores nocturnos, humores corporais atribuídos á presença do diabo nos seus corpos.
Os maridos á noite, pouco ou nada sabem fazer para apaziguar as suas fêmeas.
Desgraçados dominados pela fraqueza da carne e excitados por sucubus ao ponto de ficarem quase a virem-se no momento de enfardar nas suas damas, estes só conseguem meter as tristes chouriças para que, termine tudo em menos de um minuto com uma careta assustadora.
Caretas estas que demonstram e provam que estão a invocar sem saber o demónio para que este entre no corpo das suas mulheres, deixando-as sempre cada vez mais assanhadas.
E os dias cada vez mais enevoados.

Começa mais um dia de exorcismos.

Ajoelhadas uma a uma, á sua vez ordeiramente, cada fiel apanha com o santo madeiro que pelo sacerdote é previamente lavado com água benta e instruído a excomungar os mafarricos que habitam os corpos das enfermas e que abrem as portas do desejo aos incubus.

Aquilo nos primeiros dias até foi muito gratificante para o sacerdote. Conseguiu através do seu poder de persuasão verbal, mostrar a lógica do seu pensamento, adquirido depois de ter o sonho revelador.

“Os demónios que habitam no corpo das mulheres que se contorcem na cama, teem suores vindos do seu interior, mesmo quando está uma atmosfera gelada e mesmo sem febre, quando se começam a esfregar, a gemer e a ficarem agressivas ao ponto de berrarem, só podem ser libertas de tal mal que as atormenta, através do processo de exorcismo com uma pila consagrada, e para isso apenas um sacerdote devidamente preparado e equipado pode efectuar.”

Pois, por cada vez que uma mulher se vinha, era mais um demónio que dela era libertado. Ás vezes uma mulher tinha que ser continuamente exorcizada, pois á viúva sexagenária que vive na bouça de baixo, só nesta sessão já se veio sete vezes seguídas e portanto, por consequência sete maus espíritos foram expulsos.

Mas, o sacerdote tem reparado que o diabo só habita o corpo de mulheres particularmente desagradáveis á vista e ao toque, mas não é por isso que devem ser postas de parte, já que são as que mais necessitam de tratamento.

Continuando a sua lógica de raciocínio, o sacerdote chega á conclusão que pode fazer muito mais pela obra de Deus. Ele descobre a forma de salvar as almas do purgatório.

As mulheres agradáveis á vista e ao toque não aparentam estar possuídas, portanto sempre que teem aqueles espasmos durante uma sessão característicos da possessão, elas não expulsam um demónio, mas sim salvam uma alminha do purgatório.

“Ooh vem, vem minha querida, que vamos salvar mais uma alminha e manda-la para os raios resplandecentes do paraíso, onde será feliz e rezará por nós, agradecida eternamente pelo nosso sacrifício! Lá de cima olhará para nós com um sorrizo nos lábios e apontará alegremente aos anjinhos do céu a nossa custosa determinação! Não te esqueças, oferece esta flagelação ás alminhas! Oh deixa-me agarrar nas tuas maminhas, detentoras do sagrado colinho que conduzirá a alminha para as portas do céu!”

Por cada demónio que excomunga, intercala por uma alma salva do purgatório.

Na alta noite, o sacerdote esgotado mas mais optimista em relação á sua missão, contabiliza as almas que resgatou do purgatório e os demónios que excomungou do corpo das paroquianas.

Enche duas páginas do seu caderninho preto. Fecha-o e prende-o com uma tira de pano para que não se abra.
Reza e vai para a cama.

No dia seguinte, um raio de sol entra pela janela do quarto espartano e acorda-o com a meiguice duma amante.

Quando abre os olhos já tinha desaparecido.

Com dificuldade, senta-se na cama e sorri.

É preciso continuar a lutar.

É preciso continuar a ter Fé.



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Ei, isto não é a continuação da historia do trolha. Essa nem sei se a acabo. Não gosto do gaijo e prefiro deixa-lo a churrascar dentro do confessionário.
Que fique lá a assar o sacana.

terça-feira, novembro 21, 2006

Teaser de "O Trolha"

O jacto amarelo da mija que o Cenoura manda alegremente com o sorriso sarcástico de um grande filho da puta, mistura-se com a água que está no centro dum monte de cimento e areia.

O cenoura é trolha. Dos piores. Decidido a lixar sempre que pode toda a gente que conhece, desta vez, graças aos anjinhos do céu, foi só uma mija que foi para o cimento que irá servir para fazer o reboco da suite da casa do padre da freguesia.

Uma sorte mesmo, já que no outro dia, quando acabou de escavar um poço, serviço mandado fazer pelo padre para fornecer o infantário e o lar de idosos, aninhou-se no fundo onde já corria um grande fio de água, segurou nos tomates descaídos para não roçarem no chão, e com todo o entusiasmo fez questão de defecar um gigantesco cagalhão bem no centro do charco, junto á bomba de água.

Uma atitude generosa da parte dele foi também quando decidiu tomar a guarda duma prima mongolóide que foi descoberta escondida pelos pais de origem bruta e ignorante, que a fecharam até aos quinze anos numa pocilga imunda cheio de caca de suíno.

Apesar de tudo, a prima mongolóide do Cenoura até sabia falar mais ou menos.

“Ueu um quero muilho!”, é um exemplo do que ela é capaz de dizer enquanto manda milhões de grossos perdigotos que são expelidos por entre os dentes assustadoramente tortos com uma pressão titânica pelos beiços da miúda. Contraste reluzente que condiz sempre bem com as mucosas nasais sempre recheadas de monco amarelo, autentica fábrica de creme para eclaires e bolas de Berlim.

Mas, o Cenoura como filho da puta badalhoco que é, alem de cretino tem olho para o negócio.

Começou por meter a prima a trabalhar numa pastelaria a rechear bolos, já que a Sãozinha é muito boa a fazer serviços repetitivos. Mas o constante apetite, a javarda sofreguidão com que comia mais bolos do que os que recheava levou praticamente a pastelaria á falência. Alem do mais, as pessoas começaram a suspeitar da origem do creme nos pastéis. A imagem da Sãozinha a debitar uma torrente contínua de monco espesso e amarelo que várias vezes lhe chega á boca, quando conseguia atravessar o espesso buço preto, era coisa imediatamente limpa com um movimento de língua. Aquilo retirava o apetite ao maior dos glutões.

O Cenoura tinha que por a prima a render, porque aquilo era só prejuízo.

Trolha badalhoco. Ensinou a criatura a fazer gulosos. “Ai gostas de usar a boca, atão vais ter muito que fazer”

Ao princípio foi algo complicado explicar á Sãozinha que a picha não era nem um eclair daqueles que ela tanto gosta de morder nem uma chouriça para assar no bagaço. Não foi fácil não, mas ao fim de algumas semanas, tornou a Sãozinha numa verdadeira máquina de chupar pilas.

Aquilo foi um verdadeiro sucesso. O facto de estar constantemente a babar-se e o monco amarelo, e por vezes em raros dias, verde, escorrer para a boca e por consequência para a pixa do sortudo cliente, torna a experiência segundo os frequentadores, em algo único. Alem do mais, como bónus, a Sãozinha costuma grunhir instintivamente, reminiscências da sua família adoptiva até aos quinze anos.

Ela gosta imenso disso. Até porque segundo consta, o pessoal mongolóide é muito apto para fazer tarefas repetitivas e com uma enorme eficácia. Ninguém lhes chega aos calcanhares e a Sãozinha, a prima mongolóide do trolha, que leva agora isto muito a sério, é um exemplar único de competência.

O Cenoura está a acabar a mija que manda alegremente para o cimento.

Abana a pila.

De repente apetece-lhe bater uma punheta.

Como gosta de coisas arriscadas, decide sair da obra e entrar na igreja que esta logo ao pé. Entra e sorrateiro mete-se no confessionário, uma pequena caixa em madeira com um banquinho lá dentro.

Como se vê mal lá dentro, rouba umas velas do altar e acende-a.

Senta-se, retira uma foto do George Micheal e outra do Boy George do bolso das calças e começa alegremente a bombar.

Entretanto, o padre que anda a deambular pela sacristia, lembra-se que é melhor fechar a cabine do confessionário, já que ainda outro dia apanhou a sobrinha adolescente a entalar a pila do sacristão de setenta anos, consumidor assíduo de comprimidos azuis e pau de Cabinda.

O padre repara na luz das velas.

Decidido a não olhar lá para dentro com receio de encontrar outra coisa dantesca, decide rapidamente fechar quem quer que lá dentro estivesse. Até que aproveite para rezar um bocado nesta noite que vai passar dentro do confessionário.

Fecha, portanto, o trolha lá dentro. Ele nem deu por ela, já que estava completamente concentrado na foto do Boy George iluminada pela vela.

Começa a ficar com um sorrizo fanático na cara, inchando-lhe as temporas. Trinca a língua e manda para a foto do Boy George, acertando-lhe em cheio no chapéu paneleirento que tem enterrado na cabeça. A seguir pega na foto do George Micheal e esfrega-a frente a frente com a outra.

“Lambam filhus da pouta lambam!!”

Guarda as fotos assim coladas no bolso das calças. Guarda a pila peganhenta e cheia de pó de cimento. Levanta-se e tenta sair.

Merda está fechada! Que fazer? Abana a porta, e com um gesto faz com que a vela caia e incendeie uma cortinazinha vermelha que separa o confessionário da zona dos fieis.


Continua.

Ou não.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Cookie

No bolso de trás das calças de napa rasgadas, não dilaceradas pela moda mas pelo uso incessante ao longo dos anos de trabalho nas obras, um tesouro afrodisíaco repousa bem guardado no interior dum pequeno saco plástico de fecho ecler.


Hoje é quarta-feira. Meio da tarde nublada intercalada pelos raios solares escondidos que transformam as nuvens brancas em monstros luminosos.

O som familiar da mota Casal 2 ouve-se ao longe, ao longo de dez minutos de distancia tal qual um berro estridente e continuo duma cantora de rancho folclórico minhoto com inclinações para a esquizofrenia e a epilepsia. O tom do esganiçar mecânico sobe e desce como o soluçar entalado á medida que vai passando pelos buracos enlameados na estrada de terra e se vai desviando da cãozoada brava de dentes arreganhados que se atira aos pneus carecas com puro ódio a um som inaudível e a um aroma imperceptível.


Mas há um cão que não quer saber.

O Cookie não se mete nessas merdas.

Correr atrás de pneus é para a ralé. Alem do mais, ele já conhece o som da mota e já sabe qual vai ser a sua tarefa para hoje á tarde.

O Cookie é um cão com classe. Uma classe singular caracterizada pelo snobismo autodidata que foi adequirindo ao longo dos anos e sem duvida pelo sangue que lhe corre pelas veias cobertas pelo macio pêlo castanho.

Tem a mania que tem pedigree, pois o seu avô, diz ele num latir bastante erudito ao ouvido dos outros jecos rafeiros, era um cocker spaniel puro-sangue premiado internacionalmente.

Alem do mais, teima que vê o mundo duma forma diferente.

Enquanto essa cãozoada vadia, diz ele, vê tudo em tons de cinzento, semelhante a um monitor grayscale dum 386, ele não. Ele, como tem grande estilo, uma percepção diferente do mundo e é o cãozinho querido da sua dona, vê tudo num tom noir, qual mundo projectado numa tela de sombras expressionistas, contrastes que Orson Welles invejaria para o seu Citizen Kane.


Finalmente, o ruído ensurdecedor pára. Com um arcar de perna, como se desmontasse duma Harley Davinson, a criatura de 1,50 que vinha em cima da Casal 2, procura valorizar o pouco que tem. As calças de napa mostram um chumaço falso simulado por um par de meias enroladas e uma meia de vidro cheia com farrapos colocada de forma a descer pela coxa abaixo até perto do joelho.

Tem de ser. A mãe natureza não foi lá muito generosa com o Santos. Alem da sua baixa estatura, teve bónus de carregar entre as pernas uma pixota e uns berlindes que enchem pouco a vista ás damas que gosta de conquistar.

Isso fez com que se adaptasse ás circunstancias.

O Santos, como um verdadeiro playboy rural, não bate punhetas. Tem os seus segredos para manter as suas fêmeas.

Alem de andar sempre com o chumaço enfiado nas cuecas para chamar a atenção ás damas sequiosas por volumetrias aparentes, tem no seu bolso de trás o seu afrodisíaco, um penso higiénico besuntado pelos humores periódicos da dama que vai hoje satisfazer.

Saca do saquinho de plástico, abre o fecho, pega no penso usado e leva-o ao nariz.

Treme com o arrepio de prazer que lhe correu na espinha.


O Cookie, que está deitado na relva a roer um osso repara no aroma familiar que aquele parvalhão de bolso trás nas mãos. Não vai com a cara do gaijo, e como tal, atira-se ao chumaço falso do playboy rural.

“Olhai olháí ó cookie! Fuadasse!” grunhe o parolo tentando afastar os dentes afiados de cão, do chumaço impregnado de aromas colhoais.

Cookie, como gentldog que é, decide recuar. Sabe que vai ser compensado da maneira que gosta e este não perde por esperar.


Rói calmamente o seu osso enquanto o tipo foi lá dentro e fica a puxar pelos seus neurónios ladrantes.

Dez minutos depois, é chamado.

A sobremesa até que enfim!

Alegremente salta para cima da cama da dona onde ela se encontra deitada com o grelo arreganhado para cima.

“Cookie, cookie! Upa, upa!”

O cachorro adora o sabor e o paladar da pachacha da dona que o enche de festas enquanto ele lambe desenfreadamente com a obstinação obsessiva dum grande apreciador de cona humana.

Mas, o cheiro a colhão do outro filho da grandessíssima puta irrita-o solenemente e quase estraga a festa. Não é perfeito.


Na semana a seguir, o Cookie, utilizando como argumento o seu ancestral passado nobre e a sua reserva de ossos, convence a cãozoada a participar num plano habilmente engendrado por ele.

O Santos foi atacado por uma matilha de cães anónimos que lhe arrancaram o chumaço falso e rasgaram os pneus da Casal 2.

Do cimo dum muro de suporte em granito, a mais de quatro metros de altura, o general vê as suas tropas a executar o plano, num tom de cinzentos noir, cheio de expressão.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Trabalhadores do sexo, uni-vos e A Tua Amiga.

Ora aqui está o lançamento do livro da Ana Lopes, Antropóloga de profissão e lutadora por vocação que poderá vir a ser um dos melhores lançamentos do ano, juntamente com o livro baseado no blog “A Tua Amiga” da fantástica “Maria dos Prazeres”

Aquilo vai valer a pena.

Senão vejam lá a cena.

É um misto de acontecimento cultural, show de strip e musicol ao vivo.

Quereis mais o quê meus caralhos? Isto é uma panóplia de acontecimentos num só que agrada desde o camionista condutor de betoneiras fascinado por literatura académica até ao académico intelectual afincado punheteiro caseiro, ávido de novos reportórios para o esgalhanço do pessegueiro lá no conforto do seu lar.

E musica ao vivo, sim senhor. Nada de discos a tocar. Musiquinha saidinha na horinha.

Vale a pena ir quanto mais não seja para conhecer a Ana, uma criatura única de uma coragem, delicadeza e sapiência invejáveis.

A dedicação com que defende os direitos humanos, no campo que defende, os profissionais do sexo, é realmente inspiradora, transbordando o seu entusiasmo duma forma que nos põe a pensar nos outros sectores onde existe uma exploração descarada de mão de obra como na minha área, com os jovens licenciados em arquitectura.


Ah, e ás tantas se me correr bem a vida vou andar por lá a beber uns copos. Quem quiser conhecer o jukinha-má-onda que apareça. É muito provável que ande a deambular por lá com pessoal ou então encostado ao balcão a enfardar cervejas e tremoços.



O livro “A tua amiga” vai ser outra grande cena de outra grande mulher.

Caralho assim sim, mulheredo a sério. E as duas no mesmo dia.

Não a conhecendo pessoalmente, a “A Maria Porto” é uma companhia habitual e muito querida nas noites que passo colado ao MSN.

De uma inteligência e excentricidade brutais, esta dama é outra menina que pensa fora da caixa e que não tem medo de mostrar a cara por aquilo em que acredita e que faz com imenso gosto e profissionalismo. O blog é apenas um hobby, uma brincadeira que se tornou em livro, e como qualquer blog, é apenas uma infinitésima parte da pessoa que está por trás.

Tenho uma teoria. Acho que muito povo vai buscar inspiração punhetal aos relatos da Maria e desgraça o monitor TFT com o ajax limpa vidros, pa limpar o resultado de mais uma leitura. Desde a fundação do seu blog, a venda de TFT’s explodiu.

É a vida.

Ainda não sei onde vai ser a festança, mas será de certeza em grande.

E fodasse já chega de escova.

Juntai mazé o dinheirinho pa comprar o MEU se sair, é claro. Se não sair, mandai-me o dinheiro pelo correio.

Obrigado.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Teaser.

Aqui está um bocado dum conto que escrevi.

É uma parte que desenvolvi para a história “A Profissional” para lhe dar mais corpo.

Fica ainda mais assustador acreditem.

Vejam lá.

*

Sentadinho no seu sofá de napa beije, com os tomatinhos avermelhados pelo roçar das cuecas com o escroto suado, cravado de furúnculos pastosos, apoiados num cinzeiro com gelo, técnica desenvolvida exclusivamente por ele com muito orgulho, guarda o segredo duma forma gulosa, porque acha que é um afrodisíaco secreto que o vai salvar do purgatório em que vive.

Tenta em vão por a gaita murcha em riste.

Liga a televisão e sintoniza o canal onde passa a Rutinha Lambona.

Neste episódio, ela está em grande, sim em mesmo grande, e o grunhote frustrado começa a deixar cair a baba pelo queixo.

Ela está a levar por trás. Em grande.

Ele, sem perceber começa a micar o pixotão gigantesco do colega da Rutinha e de súbito, oh milagre de todos os santinhos, que do purgatório o livraram com esta aparição de carne enrolada, começa a sentir o cadáver a ressuscitar. Óh jubilo, oh anjos de coros celestes que dos céus cantais aleluias resplandecentes de cores inimagináveis, oh que o tesão voltou, depois de muitos meses, quiçá anos mesmo, enterrado num sarcófago duma mumificação mofa.

Alegremente, sem tirar o olhar da pixota do actor, até teve o cuidado de tapar a Lambona com um jornal para ficar só a ver o que lhe interessava, desata a esgalhar sem se preocupar com esfolaçansos nem com o gato miante deitado ao seu lado, surpreendido e completamente apanhado desprevenido, de olhos fixos no súbito entusiasmo orgásmico do seu dono, que está dedicado a movimentos repetitivos de inspiração suspeita.

No auge da punheta, levanta-se com um salto do sofá e num estado de transe, sem nunca parar de esgalhar, atira-se com a boca para o ecrã da televisão e com os olhos arregalados como bugalhos, e a língua a lamber o plasma, tenta abocanhar em vão, o caralho gordo que enraba o rabinho gostosão da Rutinha Lambona.

Não consegue vir-se, mas de súbito a sua mente alterada leva-o a pegar no comando do leitor de DVD, aquele redondo, e com um gesto guloso, enfia-o violentamente pelo rabo peludo acima.

Imediatamente, a sua pilinha demasiado fraquinha para esguichar deixa sair o molho de tomate como quem espreme uma bisnaga de maionese rasqueira.

Aquilo parece que lhe estimulou a prostata e desatou a fazer caretas assustadoras junto á pixota do protagonista enquanto sente os espasmos provocados pelo estímulo do comando do DVD.

De imediato a chouricinha volta ao seu estado letárgico.

De volta á realidade, horroriza-se com o que se passou.

Leva as mãos á testa.

A mão cheia de gosma peganhenta acumulada por anos seguidos de frustrações passeia pela careca luzidia até aos tufos de cabelo que sobraram.

“Puta, sua puta,…” deixa escapar estas palavras de inveja, de ódio, produto de uma concepção impossível, de uma vida reprimida por ele próprio.

A partir desse dia, passou a ter sonhos esquisitos todas as noites.

Na cama, agarra-se á almofada e chama-lhe Gastão.

Masturba-se soltando gritinhos infantis.

E a seguir, chora.

*

Ando a melhorar (acho eu) muitos dos meus posts deste blog. Pode ser que um dia possam lê-los e horrorizarem-se para todo o sempre.

Muaaahahahaha!! Muuahahaaha!!!!

Ás vezes tenho medo de mim próprio.

Pensamento ordinário do dia, mas mesmo ordinário digno dum trolha rasqueiro daqueles mesmo badalhocos.

“Pixa mole em cona dura tanto dá até que fura”

E pronto, aqui está uma rizada geral no meio de taloxas e massa de reboco que é chapada com afinco nas paredes de tijolo por este Portugal fora.

Curto betoneiras. Daquelas de camião. As pequeninas não gosto. São pilantras com aquelas rodinhas atrás. Também gosto de gruas. Mas tem de ter cabine e contrapesos, porque aquelas com uns tirantes atrás são pouco dignas para uma obra.

Quero uma obra com pelo menos uma grua dessas.

E muitas betoneiras.

sábado, outubro 14, 2006

O Don Juan Teórico.

Levanta-se e dirige-se ao frigorifico. Abre a porta e desata a devorar com uma voracidade pelintra, uma caixa inteira de doces de ovos.

Atafulha-se com aquilo que é uma coisa estúpida.

Mas isso foi de manhã.

Agora é de tarde e está a cair uma chuvinha chata de Outono.

Sai disparado de casa.

Desesperadamente, a correr como se dependesse dele o destino do mundo, entra de rompante no tasco de gentes finas e dirige-se directamente á mesa onde o esperam.
Ofegante, antes de se sentar, enquanto cumprimenta com dois beijos a doce criatura de carnes femininas, deixa a desculpa da sua demora, intercalada entre o momento protocolar.

Esta foi a frase que estourou completamente as suas hipóteses de conseguir sacar qualquer coisa do seu mais recente engate.
Era o segundo encontro.
O primeiro até tinha corrido bem, poucas parvoíces, conseguiu aguentar as flatulências com uma ferocidade hercúlea e principalmente evitou olhar para as mamas dela mais do que dois segundos seguidos em intervalos de quarenta. Aceitável segundo a convenção de Genebra.
Pobre coitado.
O parolo documentava-se.
Lia toneladas de literatura sobre o que supostamente as mulheres gostam e tenta a todo custo ser o melhor e andar sempre com a lição bem estudada.
Dias inteiros a torrar as pestanas por entre revistas femininas e livros inúteis sobre a ambígua psique feminina, que lhe deram pensa ele, uma grande bagagem no que diz respeito á lide da docemente selvagem criatura do demónio.

Fodeu-se completamente com todas as gatas com quem saiu.

Agora, desespera.

Sentada no banco de trás do autocarro, está uma freira veterana, gordinha e risonha.
Antes de entrar para o convento teve de ter a certeza de que não ia perder nada da vida. Já entradota no que diz respeito á incursão normal na santa doutrina, a irmã fez questão de ver se perdia alguma coisa caso deixasse os rapazolas para sempre de fora da sua vida.
Jovem roliça, dedicou-se a espancar dezenas de chouriças para ter absolutamente a certeza no que se ia meter, e não ficar depois a pensar que ficou em perda.
Pelos vistos achou que não perdia absolutamente nada. Conseguia, segundo ela, melhores resultados sentada no bidé com um pequeno jatinho de água morna anatomicamente apontado e com dois dedos, do que estar a aturar anormais.
Assim, devota, resolveu dedicar-se á salvação das almas do purgatório e á confecção com posterior devoração de doces de ovos conventuais. Também vende alguns.

Ao seu lado senta-se um jovem com cara de patego.
Viu-o a correr pela rua abaixo, para apanhar o autocarro. Achou piada, porque o rapazote teve quase a ser mordido por uma matilha de cães vadios que preguiçosamente se espalhavam no passeio e teve quase a tropeçar num chupa-amendoas branco vestido com um casaquinho beije paneleirento que quase lhe deitou o dente.

Senta-se ao lado dela.

Agarra na cabeça e encosta a testa ao banco da frente.

Não sabe o que mais há-de fazer.

Nem o que dizer.

Já não aguenta mais. Apetece-lhe mandar tudo para o caralho mais velho.

Ele sempre fez tudo direitinho! Sempre soube as lições na ponta da língua, sempre seguiu as regras á risca…

Sem dar conta, olha instintivamente para o lado. Lá estava a freirita com um sorriso simpático.

Sem mais nada, desata a desbobinar todas as suas frustrações em relação ás gaijas, á irmã que lá faz o frete de ouvir.

“E eu faço sempre tudo bem, eu estudo as lições todas, eu nunca falho… Eu sei que sei tudo o que uma mulher quer… E sente… Eu li tudo…”

Vira ligeiramente a cabeça e fita a santa mulher com os olhos vermelhos de travar o choro e deixa sair a pergunta que o angustia.

“Irmã, é ou não verdade que o mulheredo gosta de tipos sinceros e com sentido de humor?”

A freira sabidola olha de canto para o parolo e ri-se. Lá no seu íntimo sabe perfeitamente que este tipo é um caso perdido. Na sua juventude chegou a sair com uns quantos. Ela sabe muito bem o que s gaijas querem, mas também não lhe vai dizer. Só o ia deprimir mais porque ele não é feito de porcelana nem tem uma torneira de aço inox.

Mas, contudo decide tentar consolar o tanso.

Condescendente, pergunta ao derreado sentado ao seu lado o que se passou.

Este, suado e desesperado, sem levantar a testa do banco da frente, explica que todas as mulheres fogem dele depois de ser realmente um tipo sincero e com humor.

“Tal como esta ultima, quando lhe disse o que se passou.”

“E o que lhe disseste meu filho?”

“Desculpa o atraso. Mesmo antes de sair tive uma avassaladora descarga de caca.”

Fim da História.

Pronto meus totós, espero que com esta historinha, vocês aprendam que as gaijas não gostam de gaijos sinceros e com sentido de humor. Isso são historias escritas por parolos que querem eliminar concorrência, fazendo crer a vocês meus totós que as gaijas querem coisas desse tipo.

Viram o que aconteceu ao patego da história? Se ele tivesse inventado uma desculpa toda filhadaputa, não ia ter melhores hipóteses do que ter sido sincero e supostamente com sentido de humor?
E não pensem que uma santa mulher vos vai dizer o que fazer, porque nem essas vos dizem.

Aprendam meus morcões.

Baaaaaaaaah!!!!!!

terça-feira, outubro 03, 2006

O Velho do Gerez

É assim a vida.
Há também aquele velho punheteiro que vive numa cabana de madeira de cedro, junto ao lago no Gerez com o velho e sábio dizer que o guiou toda a vida.
Durante os longos serões, aquecidos pela lareira que espanta o frio húmido e exageradamente verde que paira por aquelas bandas, deixa escapar por entre as suas longas barbas grisalhas as palavras sábias que tanto lhe valeram numa vida.

“Quando a Direita cansa, a Esquerda avança.”

Será que este dizer está ligado á sua insaciável vontade de esfregar o pessegueiro, ou vai muito alem disso?
Considerado uma autoridade em matérias politicas, apenas com esta frase que correu meio mundo e mais um bocadinho, o velho do Gerez no seu intimo sabe que a esquerda dá uma sensação mais caseira e talvez amadora á coisa, mas uma vertente mais humana.
A direita mais metódica e organizada torna-se por vezes um pouco fria na sua tecnocracia.
Apregoava a alternância para conseguir um equilíbrio e não um pastich indefinido que torna tudo demasiadamente insosso.

Hoje está a preparar-se para assar castanhas. Corta pequenos golpes nos frutos para que não rebentem na lareira.
Está frio lá fora.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Classe média, os fudidos da sociedade.

Outro dia, num daqueles em que passo horas a fio a olhar para o nada, em vez de trabalhar, estive a pensar na forma como a nossa sociedade está organizada e cheguei a uma conclusão que se resume ao seguinte.

Isto tudo, ou seja este emaranhado de povo que anda por ai, está dividido em três grandes grupos.


Os Gunas, ou Jagunços.

Os Gaijos fudidos.

Os Betinhos.


Na primeira classe encontramos o pessoal que rouba na rua, assim cara – a – cara, os grunhos das claques de futebol, aqueles gaijos desdentados calçados com aquelas sapatilhas nike da feira com uns amortecedores vermelhos e chapéu enterrado na tola com a pala á pato Donald, os arrumadores manhosos, drogaditos, traficantes de merda, etc.


Na segunda classe social encontram-se os parolos como alguns de vós e tipos fantásticos como o jukinha má-onda.

Naum temos um chavo no bolso quando chega a meio do mês, quando temos um carro é prai um golf MK2 de 1985 ou um fiat uno todo fudido. Podemos encontrar algum pobo já mais endinheirado mas estão incluídos aqui, como vão perceber já mais á frente.


Os Betinhos são aqueles tipos que andam a estourar dinheiro sem vergonha nenhuma.

Teem cartão de credito ilimitado ou uma mesada maior do que o ordenado de muitos quadros superiores de empresas de gabarito.


Mas tá tudo bem.

Até aqui todos vocês já tinham lá chegado acho eu.

Mas agora vejam lá esta relação subtil, que existe entre os primeiros e os últimos.

Ambos andam a foder fortemente os do meio.

Reparem.


São os gaijos fudidos que suportam estas duas classes de mamões do caralho.

Enquanto os jagunços assaltam o pessoal na rua, no autocarro, roubam os carros baratos porque são fáceis de arrombar, vendem droga barata e de qualidade duvidosa, fodem a fronha a um gaijo no estádio que não tem dinheiro para camarotes, e sei lá que mais.

Os Betinhos são os donos dos bancos que dão os empréstimos chulissimos á classe fudida. Vendemos-lhes a alma e o cú. Espetam-se contra os nossos carros sem valor comercial e as companhias de seguros deles recusam-se a pagar um carro novo porque já não tem cotação. Fodemo-nos todos porque o Jaguar entrou pela porta dentro. O beto só despenteia a repinha de cabelinho paneleirenta.


Como vêem vocês, a segunda classe social é a que é enrabada por uns e é obrigada a efectuar fellatios contínuos aos outros. E isto tudo ao mesmo tempo. Requere coordenação.


Mas perguntam-me vocês completamente mergulhados numa parvalheira enciclopédica enquanto enfardam gulosamente um calipo de morango em tudo semelhante á pixota dos vossos sonhos.

“Ããããããã, ó mestre guru, oh senhor da razão, oh jukinha má-onda, e os gunas num fodem os betos e vice-versa?”


Coisa rara digo-vos eu. Apenas em casos isolados quando existe uma certeza de sucesso. Como quando um beto deixa o carro aberto e o guna fana o telemóvel. A medo.

Os locais que cada um frequenta, geralmente não são os mesmos. Estas duas espécies quase nunca se cruzam. Teem apenas em comum o chulanço e o sustento fornecido pelos fudidos.


Pronto. Ide-vos.

sábado, setembro 23, 2006

É eu num disse nada mas é verdade.

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.

sexta-feira, setembro 22, 2006

A desmistificação dum mito.

Pergunta.

“É possível eu engravidar com a escova de dentes do meu gaijo?” – questiona a jovem e assanhada leitora ao seu grande mestre guru, jukinha má-onda.


A resposta, é curta e simples.

“Sim, é possível”

“Ãããããã? Mas que caralho??” – grunhem vocês neste preciso momento em que lêem isto enquanto enfardam um pacote de cheetos mal cheirosos e mandam perdigóticos para o monitor grayscale de 9 polgadas duma caixa registadora que fanaram numa bomba de gasolina.

“Bestial! A puta da registadora dá pa ir ao blog do jukunha má-onda! Fantástico!” grunhiram vocês no momento orgásmico em que descobriram tal façanha da maquina registadora.

Digo-vos eu que qualquer dia até as caixas Multibanco vão ter a opção de ler um post badalhoco enquanto acidentalmente vocês inserem o meu NIB e transferem todas as vossas poupanças para a minha conta na Suiça.

É isso.

Mas quereis saber vocês porque é possível engravidar com a escova dos dentes? Quereis? Não conseguis pensar um bocadinho? Não?

Caralho.

Pronto, o jukinha conta-vos uma historinha.

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Sentado no bidé da casa de banho revestida com azulejos verde alface salpicados com pequenas flores rosa choque, Tatão (fuasgasse onde é que eu vou buscar estes nomes…) prepara-se para aliviar a pressão acumulada nos tomates resultado de horas a fio a mirar as mamas atrevidas da empregada de limpeza lá do escritório.

Como de costume, Tatão pega na escova dos dentes sensodine da sua muy amada esposa e começa a esfrega-la carinhosamente ao longo da pila até chegar á ponta da gaita, onde finalmente concentra os seus esforços.

Com vontade e afinco esfrega repetidamente a cabeça da pixa com a escova sensodine, como se estivesse a retirar a placa de tártaro, até sentir os tomates subir.

Faz uma careta e como é habitual, tem o cuidado de esguichar tudo para cima dos pelos da escova.

Guarda, mas não lava.

Fetiche.


Habitualmente, aquilo seca e a mulher do Tatão não costuma dar conta do tempero.

Mas hoje ela saiu mais cedo lá do emprego. Não aguentava mais babar-se para o cú dum trolha servente que por lá anda a carregar uns baldes de cimento. Não aguenta mais e como não tem oportunidade de debulhar o chouriço ao pobre trolha, escapa do serviço mais cedo e vai-se desforrar em casa.

Chega portanto a casa no momento em que o marido guarda a escova.

Diz olá ao parolo e fecha-se na casa de banho.

Para ela não há nada melhor do que masturbar-se com a escova do marido. Ah, se ele soubesse rir-se ela!

Pega na escova do Tatão e repara que está toda estragada. Tá a largar os pelos.

Eufórica pega então sem ligar muito na escova dela, arreganha-se no bidé e toca lá a esfregar e a enfiar a escova pela grutinha do amor acima.


Resultado, nove meses depois nasce um futuro dentista.

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Prontos, tá claro meus marsupiais trogloditas? Percebeis agora como é possível?

Á pois.

Fodei-vos.

terça-feira, setembro 19, 2006

O Toninho ajuda na missa.

Arrebatado com a singularidade da sua namorada, personagem única que aproveita todos os momentos mais embaraçosos para esfregar uma punheta ao Toninho, menino de grandes pudores e vergonhas, ajudante da missa juntamente com a sua namoradinha, desta vez a esgalhada foi mesmo ao lado do altar por trás dum arranjo de flores.

Perversa até ao extremo, Toninha, adolescente com um buço felpudo bastante carismático e estimado pelos broxados que foi deixando pelo caminho da sua ainda curta vida, decide arriscar uma punheta em frente a mais de cem fieis.

Ajoelhados junto ao padre, Toninha consegue um esquema de enfiar a mão pela braguilha do Toninho sem dar muito nas vistas. O parolo é que parece que nunca consegue disfarçar a cara de espanto com que fica durante o salmo. Não há o que fazer. Caso tenha a ousadia de se levantar, dá um show de arregalar a vistinha ás velhotas esfomeadas que pululam pela paróquia e que aproveitam todas as missas para expoliar as mucosas nasais com ressonância e resultados viscosos num lenço já demasiado usado para conseguir existir.

Se ousar se mexer sequer, o padre pode olhar para trás e ai é o trinta e um, pois alem dos ciúmes de falta de mão amiga para soltar a pressão acumulada durante os anos de seminário, a não ser que usasse as suas ou as dos colegas como muitos fazem sempre que a vontade aperta, podia excomungar o Toninho para sempre da sua tarefa de que tanto gosta.

É a vida que tem de aceitar. Oferece o sacrifício ás almas do purgatório no momento em que se vem e esguicha a esporra peganhenta acertando em cheio no sapato preto de verniz do padre. Mas um lanho medonho, branco gordo e pegajoso que decidiu afincar mesmo em cima do sapatinho encimado por uma meiínha de renda branquinha para ser fresquinho.

A Toninha abafa o riso por trás do buço felpudo, sua imagem de marca.

Mas o pior vem ai.

O padre vai descer do altar para levar a comunhão aos fieis e o sapato leva selo.


Enquanto a Toninha segura na patena, repara que as velhotas que vêem a olhar para o chão e reparam no sapato do padre, ficam com os olhos arregalados e com um ligeiro sorriso demoníaco no canto da boca.

O padre volta e termina a missa. Sem reparar no que tem no sapato sai e no caminho para casa, um cão lambe-lhe o sapato retirando os vestígios da punheta herege.

Está farto daquela vida. É a sua vocação, adora aquilo mas os tomates cheios…

É uma seca.


No encontro bíblico, onde as mulheres se juntam para ler a bíblia, elas não falam de outra coisa que lhes causou grande tesão durante a sessão eucarística.

“Tomates cheios, coitadinho do padre” conspiram as velhotas e o resto das mulheres novas e casadas que toparam a cena. “Aquilo deve ter explodido quando viu o decote da irmã do meu cunhado!”

A atenção dada pelas caridosas senhoras do encontro bíblico tornaram a insuflar o entusiasmo do jovem padre que passou a dar missa com outro fulgor.


O Toninho ajuda na missa.

A Toninha ajuda na missa também.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Quié que Foi??!

O Januário, era conhecido por Jájá ou Jaca lá na escolinha provinciana onde estudou á mais de vinte anos. Cresceu e tornou-se num tipo honesto. Mas a vida levou-o a que tivesse de desaparecer sem deixar rasto.

Aparentemente anda agora a vender caramelos nas ruas de Porto Rico, a tentar passar despercebido.

Fugido da sua terra natal, Jájá é mais uma vítima das atrocidades sociais que assolam as ruas imundas onde outrora parava.

A confusão começou quando descobriram que o desgraçado do Jájá era heterossexual.

Foi apanhado em flagrante pelo primo maricas no banco traseiro dum Ford Escort de 76 com a cabeça enterrada nas mamas gigantes duma pretona de quarenta anos. O filho da puta do primo cabrão, nutre ciúmes de proporções bíblicas do Jájá por este ter sido sempre o preferido da avó e ter direito a servir-se primeiro do leite creme. E principalmente por ter uma pixota muito superior.

Aproveitando a oportunidade de acabar com o Jájá, o primo rabeta teve a infeliz ideia de por a boca no trombone, como desde já, mete sempre que pode.

O facto de gostar de mamas rijas e cona rechonchuda despertou ódios profundos nos gangs heterofóbicos constituído por bixas extremamente perigosas e intolerantes.

Carga de lenha atrás de carga de lenha, acaba por ser internado numa clínica de recuperação. Gostar de gaijas era considerada uma doença e como terapia, Jájá era obrigado a ver cus peludos e pixas em riste todos os dias, como forma de terapia de choque. Fechado todos os dias durante oito horas seguidas numa cela onde nem se podia aninhar, era constantemente bombardeado com propaganda heterofóbica.

Á noite era trancado na sua cela amarrado com uma camisa de forças.

Acabou por fugir escondido num carrinho de roupa suja carregado de cuecas besuntadas.


O maluco que estava na cela ao lado era um vegetariano racista. Este estranho sujeito aparentemente não comia carne porque considerava um crime matar um animal para lhe comer o cadáver. Mas se por acaso o jantar na cantina do manicómio fosse porco preto, atão que se foda! Abria uma excepção. É porco e ainda por cima é preto.

Mas não é por isso que ele foi lá parar.

Pelos vistos, segundo a história que anda a rolar pelos corredores macabros do manicómio, o vegetariano racista matou o pai dele a golpe de melancia.

Frustrado pelo facto de ser extremamente gago, defeito que lhe valeu o maior gozo por parte de colegas parvalhões, este comedor de saladinhas achava que o seu defeito de fala devia-se ao tique compulsivo que o seu pai tinha de abanar constantemente os colhões.

“Caralho! Para de abanar os tarecos! Sempre a abanar! Os teus filhos vão sair gagos por estares sempre nisso!” berra a catequista durante uma sessão de catequese.

Desde puto, o Culhas era conhecido por andar sempre sem cuecas e com umas calças largas com o intuito de deixar espaço suficiente para abanar os colhões.

Nunca pensou que isso pudesse ser verdade. Mas era. Bastava-lhe ter observado a vizinha mamalhuda com as xuxas carregadas de leite, que passava tardes inteiras a dançar lambada e acabou por amamentar a criança com manteiga.

Isso foi algo não muito inédito mas quase. O marido até gostava porque a vazelina até estava cara e ter ali logo á mão uma manteiguinha tão macia e escorregadia, e principalmete de borla, dava-lhe uma sensação de poupança extrema e isso agradava-lhe pois mais sobrava para as cervejas.


Hoje foi um bom dia para o Januário. Sente saudades de casa, sempre que olha para a lua amarelada por trás duma chaminé fumegante ou o pôr do sol alaranjado que lhe faz lembrar a marmelada que a pretona lhe fazia para meter no pão.


O Jájá hoje vendeu muitos caramelos.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Bebi 4 bohemias e a seguir escrevi isto.

É escusado dizer que quanto mais o desgraçado do Rolinhas estica a pixota para baixo com a preciosa ajuda dum tijolo amarrado a um atilho de fio norte, mais ele acha que vai ficar mais atraente para as senhoras.

Aprendeu o básico sobre catalizadores quando era um jovem e embrionário engenheiro civil, mas agora com os seus quarenta e cinco anos, continua a achar que o dispositivo mais básico que existe para a sua própria autopromoção face ao sexo oposto é o tijolo amigo da lei da gravidade.

Mas isto agora não interessa a ninguém. O que parece relevante é a forma como pode descascar bananas com os dedos dos pés.

Algo inédito segundo parece pois apesar de surdo, não por defeito do ouvido, mas pela desmesurada quantidade de cera que retem armazenada nos ouvidos, a inata capacidade de descascar bananas com os dedos dos pés deu-lhe uma projecção quase internacional, quase mesmo. Faltou pouquinho pouquinho.

Diz ele que um dia, há-de polir todo o soalho de riga do seu covil com a cera que gulosamente guarda no interior das suas orelhas.

No seu intimo, sabe que tem razão. Vai sempre achar que sim, apesar de a sua empresa ABRIR ASPAS “FODASSE LÁ O JACK LÁLEINE!” FECHAR ASPAS estar praticamente na ruína.

Continuador do negócio da família, herdeiro de um império á beira da ruína, o negócio de entortar bananas está quase na ruína.

Fundado pelo seu tetravô, qual Henry Ford da industria da banana, este visionário barbudo inventou o processo industrial para entortar bananas em grande escala e permitir a que todos tivessem acesso a boas bananas tortas por um preço acessível.

Foi o fundamento ocultado pela sociedade, ostracisado pela história, que deu origem á revolução industrial.

Agora está tudo a acabar. Descoberta feita por cientistas estrangeiros, a genética perversa conseguiu criar bananeiras que dão bananas tortas. Muito mais barato para a produção, pois as frutas vêem já tortas, a industria obsoleta do Rolinhas está na rua da amargura.

E pronto, ide-vos foder.

domingo, agosto 20, 2006

A Prima.

Não é só o calor abafado que queima o rabo nos estofos de napa beije do Citroen que enche o carro. É também o berreiro inaudível do locutor de rádio que vai vomitanto frases inteiras apenas compreendidas por ouvidos treinados num quartel militar, que abafa qualquer tentativa de conversa, de queixa ou de pedido para ir á casinha da próxima bomba de gasolina.

A luz directa aquece ainda mais os cozinhados metidos na mala do Citroen. Cestas inteiras atestadas até cima com panados, bolinhos de bacalhau, ovos cozidos e todo o tipo de enchidos, preenchem o ar com um cheiro pastoso, denso, difícil de distinguir como as cores na paleta dum pintor com Parkinson.


No banco de trás, a bisavó velhota está sentada na ponta da direita a dormir com a cabeça encostada ao vidro da porta. Sua por todos os lados, impulsionada pelas roupas negras que veste.

No meio vai o panelão de arroz de cabidela praticamente a ferver embrulhado em jornais para conservar o arroz quente.

No lado esquerdo vou eu.

Em cima de mim vai a minha prima boa.


Todos os anos como é tradição, há um piquenique na praia. Enchem-se os carros com o farnel, com os putos, com os brinquedos, mesas, toalhas, e sei lá que mais. Tudo o que há em casa desde a baixela de porcelana até á toalha de linho, guardado tudo para aquele dia com o intuito de mostrar aos parolos da plebe que nós somos os maiores e temos classe. Nos dias normais, quando ninguém vê, usam-se os pratos comprados na feira aos ciganos, aqueles pratos castanhos vidrados com uma circunferência preta no meio.

Segue-se aqui a filosofia do que é bom é para se mostrar.

Mas o ponto alto destas idas á praia é sem duvida o arroz de cabidela, onde á mistura com alguns grãos de areia que saltam para a panela por causa do vento agreste das praias do norte, vai-se esbixando fervorozamente a anatomia do galinácio de pouca sorte. Os ossinhos do frango são enterrados como bandeirinhas em filinha na areia para mostrar quem come mais.

No fim do almoço, há que deitar ao sol a jibóiar aquela comida toda e os garrafões de verde tinto carrascão que foram abatidos sem dó nem piedade.


Este ano a prima boa teve que ir no meu colo. Não havia mais espaço por causa do panelão de arroz cabidela.

O calor está cada vez mais forte e a prima boa ainda faz suar mais.

Sentada com o rabo rijinho em cima das minhas pernas, a sacaninha apenas com um pequeno vestido de saia de roda florido e um bikini reduzido por baixo, vai-se chegando, arrantando lentamente as nádegas suadas para cima da zona de perigo, como quem não quer nada.

Fecho os olhos com toda a força que tenho e no fundo do meu pensamento vou berrando para mim mesmo.

“Pensa em coisas tristes… Pensa em coisas tristes… Não levantes meu filhodaputa…”


Nem o berreiro do relato do Vitória de Guimarães - Benfica consegue manter a gaita deprimida. No mesmo momento em que a sacaninha da prima boa, com um sorrizinho matreiro olha de canto com um olhar guloso para o reflexo da minha cara no vidro da porta, arrasta o rabo redondo até eu sentir uma coisa ainda mais quente e palpitante do que o resto do seu corpo lânguido.

Não há hipótese. Ora fodasse vou passar vergonha.

Num ápice a pixota passa de criatura invertebrada a um tiranossaurus rex.

“Ó que caralho, porquê que não trouxe uns calções apertados? Ela agora vai sentir a gaita a encaixar nas virilhas dela!”

Os calções larguinhos, porreiros para deixar entrar o ar fresco e arejar as partes baixas são o ideal para os dias de calor extremo como este dento do carro. Mas não são os mais indicados para quando temos uma prima boa em trajes menores a roçar o rabo e a cona lambona em cima do nosso colo. Não são não senhor.

A pila extremamente gorda e com as veias quase a arrebentar está literalmente encostada á pele da coxa, a pressionar com grande pressão a carne macia da prima boa.

A sacaninha enquanto se foi chegando lentamente para trás, foi também arrastando com o rabo os calções para cima. Sentada com a saia de roda aberta sobre o meu colo, nem por isso que a pôs a resguardar o rabo dela, a assanhada do caralho!

É que agora neste momento o que separa o meu chouriço, que já dói de tão duro que está, da pachacha gorda da prima boa é apenas uma reduzida tira de pano a que chamam bikini.

A prima boa, num acto de ousadia, mete discretamente a mão por baixo da saia e puxa o bikini para o lado, deixando o caminho livre.

Com um ligeiro movimento, inclina-se para a frente, como se para disfarçar, fosse apanhar algo no chão.


A bisavó abre ligeiramente os olhos e de canto parece-lhe ver a bisneta de longos cabelos negros e encaracolados a executar suaves movimentos pélvicos circulares em cima do bisneto corado e de olhos arregalados. O panelão escaldante de cabidela que está á frente não deixa ver mais nada.

Adormece.

O seu sono leva-a aos seus verdes quinze anos, quando era uma moçoila esbelta exactamente como a sua bisnetinha.

Na parte de trás dum carro de bois carregado de palha, que lentamente vai rolando pelos caminhos cheios de calhaus e lama, ela sentada em cima do primo, no meio da palha esgalha violentamente o mangalho do rapazinho completamente enrascado e receoso de ser descoberto pelos familiares que vão á frente a encaminhar os bois com uma vara de madeira.

Enquanto o vento que entra pela janela semi aberta lhe apazigua a angustia do calor, um sorriso aparece na sua linda cara antiga. Algo lhe fez refrescar a alma.

Recordar é viver.

sexta-feira, agosto 18, 2006

História de embalar.

Era uma vez uma princesa, a mais bela de sete reinos que tinha uma maldição de nascença. Uma bruxa porca e ressabiada não foi convidada para a festa do baptizado porque cheirava demasiadamente mal da boca. Como vingança colou á criancinha de sangue azul uma praga terrível, mas uma fada boua (uuuuui mas mesmo boua a puta da fada) conseguiu fazer com que fosse possível reverter a maldição.

Esta princesa quando cresceu era um tesãozinho só, mas a horrivel maldição era um terrivel problema de chulé sempre agarrado aos pés da miúda. Aquilo não se podia, tal era o cheiro. De tudo tentou, de tudo fizeram por ela mas nada, nada. O chulé com o passar dos anos tornava-se cada vez mais impossível de aturar.

O bedume atravessava o castelo para infortúnio dos servos da plebe que como se já não bastasse andarem sempre metidos na merda dos porcos, na bosta dos cavalos e a apanhar com os penicos cheios de trampa atirados das janelas, o povo desgraçado tinha que aturar o cheiro de chulé por cima.

As colheitas começaram a ficar afectadas, os animais a ficar doentes, ninguém parava no reino sem ficar nauseado.

Até que um princepe bêbado que por lá andava a vomitar nos cantos lembrou-se duma coisa que um dia ouviu num bordel de fadas putas.

No meio da ramboia com mais de trinta putas gordas, uma delas já bem rodada e completamente cheia de vinho da pipa, manda para o ar, intercalado por um grandioso arroto “ Só se todos os habitantes do reino da Serra e arredores lamberem os pés da princesa é quebrada a maldição do chulé”

Ora nem mais. A cambalear com o garrafão de tinto na mão a camisa desapertada e os olhos trocados, o princepe como estava constipado por causa das noitadas, e por conseguinte com o nariz tapado e com pouco olfacto, lá consegue chegar ao castelo.

Vira-se para o rei completamente amarelinho de náuseas e diz-lhe que pode resolver o problema se lhe arranjar todas as cabras do reino.

O rei, que já estava por tudo, manda vir todas as mulheres dos ricos bordeis do reino.

“Ora fodasse! Eu quero é daquelas que fazem mééé!” diz o princepe enquanto mete as mãos numas mamas.

O rei, parvalhão do caralho, manda então vir todas as cabras do reino.

O princepe, finório, manda então ordenhar o leite das cabras para uma bacia e manda a princesa gostosa mas mal-cheirosa enfiar lá os pés.

Depois de repetir a operação várias vezes, o princepe junta sal e mais umas merdas lá para dentro da bacia com o leite e o chulé da princesa. Verte tudo para moldes mais pequenos e deixa fermentar.

Passados uns tempos, o leite solidificou e ficou amarelo.

“Faça-se um banquete” ordenou o princepe. “E naum se esqueçam do binho!!”

Começa o banquete, apenas servido com a iguaria fabricada pelo princepe e com o vinho tinto de que ele tanto aprecia.

O povão, de inicio reticente face ao acepipe mal cheiroso como os pés da princesa, não estava lá muito convencido em meter á boca aquela coisa amarela. Preferia só o vinho até o rei ter ameaçado porrada.

Com receio, um grunho badalhoco mete á boca e com os dentes podres, dá uma dentada corajosa.

A cara de prazer do grunho foi contagiante e a partir dai todos os convidados deleitaram-se com esta delícia.

Depois desse dia, a princesa ficou curada do cheiro a chulé e todo o reino ficou a ganhar com isso pois começaram a exportar o queijo da serra para toda a parte.

O rei queria que o princepe se casasse com a princesa, mas ele ao ver tanto vinho e tanto putedo, preferiu acabar os seus dias no meio de centenas de mulheres e tonéis de tinto.

E foi feliz para sempre.

domingo, agosto 13, 2006

A abençoada amaldiçoada. (arranjem titulo melhor atão!!!)

Enquanto calmamente tira a roupa no quarto do seu apartamento no decimo segundo andar, Joaninha não se apercebe da audiência diária que tem. A janela rasgada do quarto voltada a nascente é como um aquário gigante de vidro e betão branco.

A audiência, capaz de provocar as maiores invejas a estações internacionais, cresce de dia para dia e é composta por uma panóplia variada de todo tipo de gente.

Desde o trolha sarapilheiro cheio de cimento entre as orelhas que empoleirado no seu andaime vai chapando o reboco com o mesmo entusiasmo que um cão tem quando passa por um cesto de uva vindimada, até ao senhor doutor juiz, habitante da parte rica da cidade que sobranceira á encosta do outro lado do rio a mais de cinco quilomentros tem na luxuosa varanda voltada a poente um potente telescópio. Prenda para os netos diz ele para disfarçar e ainda aproveitou o recibo da compra para meter em despesas de educação.

Todas as idades, desde o pré adolescente ao idoso acamado, agraciado pelo viagra e pela alma caridosa que o pôs numa cama com costas elevatórias têm sempre uns binóculos na mesinha de cabeceira sempre a postos.

Durante o período de tempo em que a Joaninha anda nua pela casa, para se sentir arejada, mais de dez mil punhetas em honra dela são batidas pela cidade fora.

Todas as construções com vista para o apartamento são as mais cobiçadas. Autenticas barracas teem valores superiores a uma penthouse em Manhattan. Promotores imobiliários já se aperceberam disso e besuntando os rabos certos na câmara, conseguem construir autênticos arranha-céus com janelões e varandas virados para o rabo da Joaninha.

Existe quem já tenha feito fortuna ao alugar a janela da sua casa para lá voltada, a almas crentes que de longe vêem de propósito, numa autêntica peregrinação em busca de inspiração, de tesão, dum milagre ou apenas por mera curiosidade. Mesmo quem não gosta, quando vê não fica indiferente.

Joaninha tornara-se sem saber num mito, numa adoração, numa peregrinação.

Autentico gerador de tesões, a inocente rapariga leva uma vida calma e pacata. Sem ter grande noção que o seu corpinho, obra-prima natural sem nunca ter necessitado de obras de restauro ou de ampliação, é uma das principais causas do desenfreado crescimento urbano. A vila que dantes era é agora uma grande cidade que gira á volta da inocente Joaninha.

As mamas perfeitas dela não inspiram apenas as vulgares punhetas ao fã aflito de tanto tesão. São elas dignas de estarem esculpidas com as suas formas em cobre na praça maior do município. São também uma terapia de casal ajudando o marido de pila mole, farto da vida, farto do trabalho chato e com falta de entusiasmo pela sua patroa, a canalizar a tusa provocada pela visão da rapariga do apartamento para melhorar a vida e alegrar a sua patroa com algo já á muito esquecido. Começara até já a ter fama de milagreira por ter já feito levantar o que já á muito estava morto.

Ela, nunca se apercebeu.

Joaninha, não entende porque é tão solitária. Todas as suas tentativas em contrario sairam sempre furadas. As amizades são poucas e as masculinas são exclusivamente constituídas por homosexuais profundos. Gays extremos.


Aborrecida em casa, Joaninha decide dar uma volta.

Veste-se e sai.

Neste momento, a cidade volta ao seu ritmo normal. O trolha babado volta a chapar o reboco com toda a felicidade do mundo, o puto punheteiro limpa a pila ao forro das calças e regressa aos trabalhos de casa, o juiz velhote larga a gaita engelhada e torna a pensar no processo do pedófilo.

Nunca soube que toda a vida duma cidade e dos seus habitantes gira á volta dela.

Abençoada com uma capacidade inata de provocar terríveis tesões, é amaldiçoada por uma veneração extremista que não deixa ninguém aproximar-se dela da forma que ela realmente quer.

Sente-se um fantasma, sente-se uma sombra, sente-se sozinha.

Mas principalmente e acima de tudo, sente uma vontade inclassificável de arrasar com todos os tesões do mundo.

domingo, julho 23, 2006

Viagens com o Ventura.



Tarde de Janeiro. Um dia qualquer.


A castigada carrinha GPL Ford Escort de cor metalizada, percorre fielmente o seu caminho já habituada por anos e anos de uso, desde a costa agreste da zona da Agudela até á semi - civilizada Ribeira do Porto, passando pela fedorenta Petrogal, pela obra prima de Edgar Cardoso, pelo casario da foz, através do stress do transito interminável, sempre sempre sem nunca deixar ficar mal.

Os aromas diversos dos locais por onde ela passa estão sempre misturados com o gás de petróleo liquidifeito que escapa da botija ferrugenta que jaz na sua mala carregada fatos de mergulho e pranchas de bodyboard.

Estas viagens na Ford Escort foram sempre férteis em ideias do mais alto gabarito.

Uma das mais interessantes para mim foi sem duvida uma teoria que orgulhosamente tenho autoria partilhada com o meu amigo Ventura.

O lado negro das canções infantis.

As Pombinhas da Catrina.

Não há nada mais perverso do que esta canção, Deus má libre. Ora vejam só.

As pombinhas da Catrina,
andam já de mão em mão,
foram ter à quinta nova,
ao pombal de S. João.

Analisemos então este excerto.

As pombinhas são claramente prostitutas e a Catrina é a mãe delas puta reformada ou mesmo a exploradora delas.

Andam já de mão em mão. É verdade! São ainda chavalas e já andam por ai na dureza do dia a dia a afinfar sortidos de choura forte e feio.

Mas, sorte a delas. Foram ter á quinta nova, ao pombal de S. João. Ora vejam lá. A quinta nova é claramente uma zona de putedo e o pombal é como quem diz, um edifício com muitas !!pombas!!, é um bordel por assim dizer, mas um bordel de classe, para gente fina pois é do S. João. Talvez fique perto do Hospital. Talvez não.

Ao pombal de S. João,
ao quintal da Rosalina.
Minha mãe mandou-me à fonte,
eu parti a cantarinha.

Ao passar o ribeirinho,
água sobe e água desce,
dei a mão ao meu amor,
não quiz que ninguém soubesse.

Nesta parte conta como a miúda mais nova ainda virgenzinha perdeu sabe-se lá o que.

A minha mãe mandou-me á fonte e eu parti a cantarinha. Ou seja cagou na sopa quando foi buscar um garrafão de vinho verde tinto á tasca. Fez merda porque embebedou-se, senão vejam lá o agua sobe e o agua desce. Deu a mão ao amor, ou seja ao trolha cheio de cal hidráulica entre as unhas e pontos negros no nariz que lá estava e comer tremoços e pos-se a andar com ele para um sitio qualquer porque não quis que ninguém soubesse.

Se tu és o meu amor,
dá-me cá os braços teus,
se não és o meu amor,
vai-te embora, adeus, adeus.

Ora ai está a nina não é inocente nenhuma pois anos a fio de convívio no meio de tanta fodanga viu que gaijo pouco competente com o gambozinho, o melhor é pô-lo a andar.

Não é preciso explicar frase por frase pois não?

Por ser o pombal tão estreito,
e asas termos pr'a voar,
nós voamos com tal jeito,
que não qu'remos já voltar.

Ora ai está! As nossas amigas sentiam-se muito limitadas em termos de pilas naquele bordel de cinco estrelas. Sempre os mesmos clientes, ricaços besuntados sem jeitinho nenhum com as pixas ridículas, elas acham que podem virar-se muito bem sozinhas. E parece que se dão bem pois “tem asas para voar e voam com tal jeito” que tem toda a clientela que desejam ter. E para o bordel não querem voltar. Toda aquela disciplina é uma chatisse! Ufa!

Se alguém nos vê passar,
diz: que lindos que eles são;
nós não queremos já voltar,
mas andar de mão em mão.

Ai está. Elas tem bastantes propostas de casas de putas. Elas sabem que querem ganhar umas massas valentes a debulhar chouriças, mas antes de voltar para a vida pachorrenta dum bordel uma vida segura e sem aventura, preferem para já, durante uns tempos foder violentamente todos os trolhas da Soares da Costa, os estivadores da lota de Matosinhos os estudantes da ESAP e tudo o se mexa por ai.

Sem ter beira nem patrão,
o voar é nossa sina.
- vão andar de mão em mão,
as pombinhas da Catrina.

Mas será que é assim depois de provar a liberdade e de descobrir que podem ter o seu próprio negocio e de gerir o seu próprio tempo? Não é isso mesmo que qualquer um de nos quer?

Não ter patrão. Andar por ai a passear, fazer uns biscates para arrajar uns cobres.

Sim. É isso.

Somos todos afinal como as Pombinhas da Catrina.

domingo, julho 16, 2006

Mais uma teoria da conspiração

A Britney Spears é claramente segundo o meu ponto de vista, uma experiência social e psicológica com o intuito de moldar uma geração inteira de milhões de meninas pelo mundo fora com as ideias de falsos morais, imagens ideais e as atitudes certas que uma gaija a sério deve ter, segundo os manipuladores por trás disto tudo.


Ora vejam só. Começa por ser uma menininha inocente, que veste a roupinha da moda, usa o perfume tal tem faz isto e faz aquilo. Não é mal comportada e tem um ar inocente. Como qualquer menina de 12 anos deve ser!

Depois crescem-lhe as xuxas. Aaaah a menina já tem xuxinhas! Já pode usar umas coisinhas mais provocantes mas sem abusar!

Mais tarde já matulona anda toda provocante. Anda rodeada de centenas de gaijos que trabalham com ela e babam-se todos dela. E desde sempre disse que era virgemzinha!

Depois parece que se casa com um fulano numa igreja daquelas esquisitas de Las Vegas, depois de fumar umas cenas. É claramente a faze wild que uma miúda tem sempre na vida. Desta forma mostra ás fãs que não é perfeita e que é como elas.

Faze adulta que é o que interessa. Casa-se com um Ken igual ao da Barbie, e puuumbas toca la a procriar! E não se esqueçam de que casou virgem! Meninas tem de ser assim. Casar e logo a seguir há que parir. Há que dar filhos á pátria! Soldados, operários e donas de casa. A Britney já vai com dois seguidos! E vocês? De que estão á espera? Suas inúteis?

Como vemos, isto é uma tentativa de moldar a cabeça das crianças desde tenra idade, distorcendo-lhes a personalidade natural ao impingir-lhes modelos de comportamento completamente forjados e anti-natura. Comportamento obsessivo com uma imagem supostamente ideal, torna a vida das vítimas desta lavagem cerebral de uma geração, numa forma de estar na vida tediosa vigarista e oca. Depressões, distúrbios sentimentais, o não se sentir incluído num meio são uma pequena parte do mal. Mas não há problemas. Os anti depressivos estão por ai á venda e tem de ser vendidos de alguma forma.

Mas enfim, isto pelos vistos sempre foi assim.

Agora cá na terrinha. Vejam lá uma coisa. Já viram os penteados ridículos que os putos andam por ai? Donde é que acham que vem isso? Ora digam lá!

Nããão, não é da Britney.

Vocês sabem.

sábado, julho 15, 2006

A Profissional.

Depois de debulhar dezenas de mangalhos grossos como eucalipatos centenários, Rutinha Lambona, conhecida e galardoada actriz porno da tela portuguesa, dirige-se ao seu camarote decrépito revestido a tabopan com fotos dos filhos e família a tapar os buracos esfarelados das paredes.

Em cima duma mesa lacada com uma imitação rasca de madeira e remates em alumínio está uma bacia de plástico amarela e um garrafão usado com água da companhia. Enche a bacia e prepara-se para retirar os litros de esporra que lhe escorrem pela linda cara de traços delicados.

Enquanto tenta lavar a cabeça e livrar-se da substancia pegajosa, Rutinha Lambona pensa na sua vida e vai planeando o resto do dia.


Hoje foi um dia tramado. A cena que teve de gravar consistia num gang bang com mais de trinta matulões de colhões cheios vestidos de meninos colegiais com uniforme de marinheiro tipo pato Donald. Pelo que parece, Rutinha Lambona neste filme é uma ilustre professora de matemática que gosta muito de recompensar bem os seus aluninhos quando estes fazem os trabalhinhios de casa.

Conseguindo a fantástica proeza de arrumar com seis tipos de cada vez, Rutinha Lambona é um autêntico prodígio de coordenação motora, dirigindo cada movimento com uma mestria inigualável, qual maestro duma filarmónica.

Enquanto que abocanha uma pila com prazer, sim com bastante prazer pois Rutinha Lambona alem de ser estritamente profissional é das poucas pessoas neste mundo que alia gosto pelo trabalho, vocação natural e profissionalismo, vai degustando a gaita a um dos actores enquanto esfrega uma picha em cada mão. Um dos felizardos aconchega o marsápio nos delicadamente rijos seios da protagonista enquanto outros dois entalam a chouriça assada, de tanto esfregar, no rabo apertado e na fantástica debulhadora assassina da nossa heroína.

Esta cena teve de ser repetida dez vezes. Em cada vez, Rutinha Lambona teve que arrumar com os trinta parolos, sempre da mesma maneira, só que melhor de cena para cena.


Está exausta. Pega num regador junto á mesa, enche-o com água e verte o liquido frio pela cabeça inclinada para tirar o champô johnson baby dos cabelos castanhos. A espuma passa pelos seus meigos olhos escuros que fecham instintivamente quando sente a agua a passar.

Mas não faz mal. Não arde.

Depois, lava-se da melhor maneira que pode, seca-se, passa o cremezito para hidratar a pele, mete o soutien que lhe aconchega as ricas mas castigadas xuxas que só elas sozinhas trabalharam neste fatigante dia mais do que toda a assembleia junta durante o ano lectivo de 2005 2006, enfia as cuecas castanhas de gola alta de que tanto gosta, veste o vestido florido, pega na bolsa e sai.

Ainda tem que passar pelo pingo doce. Enquanto se lavava foi pensando no tacho que vai fazer hoje para o pessoal lá em casa. Quatro filhos e um marido fiel esperam por ela em casa para serem alimentados.

Pelo caminho passa pela igreja e deixa uma esmola e uma oração á santa. Chega ao supermercado, pega num cesto e vai pegando no que falta para completar o jantar.


De repente olha para as horas. Merda! Ainda tem tanto que fazer! Despacha-se para chegar a casa. Pousa as compras e começa a fazer o estrugido.

Enquanto a cebola vai aloirando no azeite a ferver, Rutinha Lambona sempre de olhos postos no tacho ao lume e nos filhos traquinas vai cozendo as meias rotas e ouve divertida as queixas do marido sobre dia duro que teve lá no escritório.

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