A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

terça-feira, novembro 21, 2006

Teaser de "O Trolha"

O jacto amarelo da mija que o Cenoura manda alegremente com o sorriso sarcástico de um grande filho da puta, mistura-se com a água que está no centro dum monte de cimento e areia.

O cenoura é trolha. Dos piores. Decidido a lixar sempre que pode toda a gente que conhece, desta vez, graças aos anjinhos do céu, foi só uma mija que foi para o cimento que irá servir para fazer o reboco da suite da casa do padre da freguesia.

Uma sorte mesmo, já que no outro dia, quando acabou de escavar um poço, serviço mandado fazer pelo padre para fornecer o infantário e o lar de idosos, aninhou-se no fundo onde já corria um grande fio de água, segurou nos tomates descaídos para não roçarem no chão, e com todo o entusiasmo fez questão de defecar um gigantesco cagalhão bem no centro do charco, junto á bomba de água.

Uma atitude generosa da parte dele foi também quando decidiu tomar a guarda duma prima mongolóide que foi descoberta escondida pelos pais de origem bruta e ignorante, que a fecharam até aos quinze anos numa pocilga imunda cheio de caca de suíno.

Apesar de tudo, a prima mongolóide do Cenoura até sabia falar mais ou menos.

“Ueu um quero muilho!”, é um exemplo do que ela é capaz de dizer enquanto manda milhões de grossos perdigotos que são expelidos por entre os dentes assustadoramente tortos com uma pressão titânica pelos beiços da miúda. Contraste reluzente que condiz sempre bem com as mucosas nasais sempre recheadas de monco amarelo, autentica fábrica de creme para eclaires e bolas de Berlim.

Mas, o Cenoura como filho da puta badalhoco que é, alem de cretino tem olho para o negócio.

Começou por meter a prima a trabalhar numa pastelaria a rechear bolos, já que a Sãozinha é muito boa a fazer serviços repetitivos. Mas o constante apetite, a javarda sofreguidão com que comia mais bolos do que os que recheava levou praticamente a pastelaria á falência. Alem do mais, as pessoas começaram a suspeitar da origem do creme nos pastéis. A imagem da Sãozinha a debitar uma torrente contínua de monco espesso e amarelo que várias vezes lhe chega á boca, quando conseguia atravessar o espesso buço preto, era coisa imediatamente limpa com um movimento de língua. Aquilo retirava o apetite ao maior dos glutões.

O Cenoura tinha que por a prima a render, porque aquilo era só prejuízo.

Trolha badalhoco. Ensinou a criatura a fazer gulosos. “Ai gostas de usar a boca, atão vais ter muito que fazer”

Ao princípio foi algo complicado explicar á Sãozinha que a picha não era nem um eclair daqueles que ela tanto gosta de morder nem uma chouriça para assar no bagaço. Não foi fácil não, mas ao fim de algumas semanas, tornou a Sãozinha numa verdadeira máquina de chupar pilas.

Aquilo foi um verdadeiro sucesso. O facto de estar constantemente a babar-se e o monco amarelo, e por vezes em raros dias, verde, escorrer para a boca e por consequência para a pixa do sortudo cliente, torna a experiência segundo os frequentadores, em algo único. Alem do mais, como bónus, a Sãozinha costuma grunhir instintivamente, reminiscências da sua família adoptiva até aos quinze anos.

Ela gosta imenso disso. Até porque segundo consta, o pessoal mongolóide é muito apto para fazer tarefas repetitivas e com uma enorme eficácia. Ninguém lhes chega aos calcanhares e a Sãozinha, a prima mongolóide do trolha, que leva agora isto muito a sério, é um exemplar único de competência.

O Cenoura está a acabar a mija que manda alegremente para o cimento.

Abana a pila.

De repente apetece-lhe bater uma punheta.

Como gosta de coisas arriscadas, decide sair da obra e entrar na igreja que esta logo ao pé. Entra e sorrateiro mete-se no confessionário, uma pequena caixa em madeira com um banquinho lá dentro.

Como se vê mal lá dentro, rouba umas velas do altar e acende-a.

Senta-se, retira uma foto do George Micheal e outra do Boy George do bolso das calças e começa alegremente a bombar.

Entretanto, o padre que anda a deambular pela sacristia, lembra-se que é melhor fechar a cabine do confessionário, já que ainda outro dia apanhou a sobrinha adolescente a entalar a pila do sacristão de setenta anos, consumidor assíduo de comprimidos azuis e pau de Cabinda.

O padre repara na luz das velas.

Decidido a não olhar lá para dentro com receio de encontrar outra coisa dantesca, decide rapidamente fechar quem quer que lá dentro estivesse. Até que aproveite para rezar um bocado nesta noite que vai passar dentro do confessionário.

Fecha, portanto, o trolha lá dentro. Ele nem deu por ela, já que estava completamente concentrado na foto do Boy George iluminada pela vela.

Começa a ficar com um sorrizo fanático na cara, inchando-lhe as temporas. Trinca a língua e manda para a foto do Boy George, acertando-lhe em cheio no chapéu paneleirento que tem enterrado na cabeça. A seguir pega na foto do George Micheal e esfrega-a frente a frente com a outra.

“Lambam filhus da pouta lambam!!”

Guarda as fotos assim coladas no bolso das calças. Guarda a pila peganhenta e cheia de pó de cimento. Levanta-se e tenta sair.

Merda está fechada! Que fazer? Abana a porta, e com um gesto faz com que a vela caia e incendeie uma cortinazinha vermelha que separa o confessionário da zona dos fieis.


Continua.

Ou não.

4 comentários:

Anónimo disse...

Porra Jukinha!

Vais matar o trolha??

Ass. ASA

Anónimo disse...

Foda-se

Eu pregava os dedos do cabrão a um toro de madeira e atirava-o ao mar pahhh... no mínimo a 50 km do estuário do Zambeze pahhh...

Fazer aquilo à miúda ainda se percebe, toda a gente sabe que uns trocos extra no final do mês dão um desenrasque filho da puta.

Ir afagar o massapão pró confessionário a ver fotos do Boy George e do George Michael, pahhh, é a vida de cada um e não me meto nisso e também toda a gente sabe que numa hora de aflição vale tudo. Se bem que prefiro com mamas.

Agora, fechar o gajo no confessionário?!?!?!?!?
Não, isso não se faz a ninguém... ninguém pahhh

Digo mesmo mais, era bem capaz de inverter os 50 km, passá-los para 500 km mas em direcção à nascente. Pode ser que haja crocodilos.

Estas coisas deixam-me indignado pahhh, é que também tenho coração...

Anónimo disse...

É bem feito... realmente tu consegues transporta-me para o cenário onde a acção se passa, deve ser por isso que me sinto enjoada...bahhh ranho ui ké nojo

Anónimo disse...

hahahahhahaha good

Prémios

Prémios

Gente Interessada em Cultura de Topo

Quem é o coiso?

Guimarães, Minho, Portugal
Add to Technorati Favorites