A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

sábado, dezembro 30, 2006

A Fada.

Luz.

Muita luz por todos os lados, suprimindo a possibilidade de existir qualquer sombra.

O mundo onde vive o Arlindo é feito de ouro e marfim, com avenidas alvas repletas de torres douradas tão altas que desaparecem no céu, diluídas na densidade espessa da luz.

Aqui todos os habitantes teem uma função. São obrigados a ter.

Quase tudo trabalha no mundo intermédio, onde a luz confraterniza com a sombra.

Uns recolhem sorrateiramente os dentes de leite das crianças humanas a meio da noite deixando miseráveis tostões em troca do marfim, exibindo uma forretisse tremenda, outros teem afilhados, exigindo deles estranhas contrapartidas por míseros favores, como comportamentos estranhos em relação a horários de chegar a casa, e caso abusem da sorte arriscam-se a represálias bastante desagradáveis. Olhem para o Pinóquio. Não foi estudar como lhe foi mandado e transformou-se em burro, sem antes ter a maldição do nariz, invejada por muitos, mas mal aproveitada por ele para fins lúdico - fetichistas com as vizinhas da carpintaria do Gepeto, padeiras de rabo farto e rata gorda ansiosas por madeiros crescentes á base da mentira fácil e da galhofa casual.

Uma fada nasce quando existe uma necessidade.

O Arlindo apareceu duma mistura de cimento com areia, quando o sol reflectiu os seus raios numa garrafa de cerveja meio choca, e fez com que surgisse a criatura mágica, porque foi necessário.

Mas já não é mais.

Num mundo perfeito como este, já não há lugar para o Arlindo, a fada – trolha de profissão. Acabou de concluir o ultima trabalho que existia para ser feito no país das fadas. Caso não arranje o que fazer no mundo intermédio, uma tarefa para desempenhar, algum tipo de humanos para explorar, então será exterminado para sempre.

Bem, até que nem era muito mau ser exterminado para sempre pensa ele de vez em quando, deprimido, sentado num banco de bar a beber uma cerveja já meio choca numa garrafa de jade e a brincar com os palitos entre os dedos. Esta vida está uma seca e não sabe o que fazer. Nem tem uma varinha de condão como o resto das fadas. Como é que se vai safar?

Travada pela sombra, a luz é obrigada a compartilhar harmoniosamente o mundo intermédio com a treva. Alem do mais, está um calor suado.

Neste mundo todos teem sem saber, uma fada que os explora por um lado e os ajuda pelo outro.

O Landislau, ainda não tem uma fada que lhe sirva.

Constantemente a espancar a mulher, a doce Bernardete por invejar ardentemente a roliça ratinha que nasceu com ela, este parvalhão paranóico é a única e mais abundante espécie perigosa de gay que pulula pelo mundo fora.

Extremamente conservador, mas duma perspectiva bastante grunha, bruta e rude, recusa terminantemente todos os seus impulsos naturalmente rabetas, que de outra forma seriam naturais para um sujeito de livres costumes mesmo sem gostar de abocanhar chouriça ao dependuro.

A ânsia inconsciente de querer apanhar diariamente com um tarolo que o empale e o faça ver constelações, levou-o a invejar negativamente as mulheres por terem formosas conas prontas a levar alegremente com todos os caralhos do mundo, e a odiar terminantemente todos os outros rabetas que pacificamente levam as suas vidas sem chatear muito.

Espanca-os quando os encontra, juntamente com o seu grupo de amigos, igualmente ansiosos por terem rolos de carne entalados entre as nádegas marcadas por chibatadas que eles próprios infringem para expulsar os desejos demoníacos que os assaltam constantemente.

Com os olhos arreguilados e com caretas de ódio, lançam hurros e insultos do tipo “Paneleiro da piça! Havia de te crescer um pinheiro no cú qué pa aprenderes!” “Toma lá um chuto na boca por teres um Smart meu panilhas da piça! Arranja um carro de homem!” “Qué que tas a fazer meu piça de folheta? A deitar as pilhas no pilhão? Seu filhodaputa rabeta da piça, essa merda da reciclagem é mesmo merda que chupa-piças! Só por causa disso vamos partir-te as pernas! Seu piças!” Entre outros insultos bastante menos elaborados. E reparem na palavra que mais se repete nos insultos. É aquilo que eles mais anseiam.

Hoje o Landislau deu um par de estalos á Bernardete no final da sopa.

Não sabe porquê. A sopa estava muito boa.

E não tem nada haver com o Benfica.

Mas sentiu uma vontade que não podia satisfazer. E como inconscientemente sabe que a Bernardete pode, o instinto da inveja fez com que puxasse a culatra.

A seguir foram para a cama.

Entretanto a fada desempregada, deambula pelo mundo intermédio á procura do que fazer, quando de repente vê o Landislau.

Ficou intrigado com o estranho espécimen, que de todos os desejos que a humanidade pede, o do Landislau e seus semelhantes, é o mais estranho para a compreensão das fadas.

Sorrateiramente entra pela janela do quarto aberta onde dorme o casal. Olha para a estranha criatura e procura satisfazer os desejos recônditos do cretino.

De repente lembra-se do mais importante.

Para conseguir fazer alguma coisa é preciso equipamento.

O Arlindo não tem varinha de condão, mas contudo, sempre ficou intricado com aquele apêndice de carnuça que tem entre as pernas. Será essa a sua vara mágica que tudo pode fazer acontecer? Será que aquilo poderá tirar-lo da rua da amargura?

Vestido com um tútú de bailarina e casaca de cabedal, o Arlindo saca a pila para fora da cueca apertada e bate com o marsápio marsupilaminiano na bochecha do Landislau que dorme.

“Paf paf paf”

Não faz nada.

De súbito, resultado das batidas pilantes que recebeu na cara, vira-se e arreganha o rabo peludo aparente por entre a tanga de fio dental para cima.

O Arlindo olha para semelhante avantesma e sente que não é ele que precisa de ajuda.

Olha para o lado e vê a Bernardete de cara inchada a dormir. Sente pena pela criatura.

Por ela e por todas as outras mulheres e outros gays abusados por paneleiros como o que está a ansiar por beringela pelo recto acima.

Vira-se para a mulher e com a sua varinha mágica, dá-lhe a foda da vida dela. Sem saber bem como.

Magicamente ela fica como nova, sem as pisaduras e sem se sentir deprimida.

Mas como no país das fadas, por qualquer favor que uma fada faça, tem de haver uma contrapartida, então a contrapartida que a pague o Landislau.

No dia seguinte, o parvalhão acorda todo pisado, como se tivesse levado uma carga de porrada.

Luz. Muita luz.

Num palco de ouro e veludo, um acontecimento solene é assistido por milhares de fadas.

O Arlindo descobriu o seu lugar.

Como que surgido do nada, o Arlindo ganha as suas asas definitivas e é condecorado com o titulo que se lhe adequa á sua função.

A partir deste dia e para sempre, será conhecido como, A Fada da Pila Gorda.

2 comentários:

Anónimo disse...

infelizmente sempre tem a porra de um marido bicha inrrustida q desconta a sua boyolice na mulher isso é fato

Anónimo disse...

ka lindo!
até me biero as lágrimas ózolhos!

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