A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

sábado, outubro 14, 2006

O Don Juan Teórico.

Levanta-se e dirige-se ao frigorifico. Abre a porta e desata a devorar com uma voracidade pelintra, uma caixa inteira de doces de ovos.

Atafulha-se com aquilo que é uma coisa estúpida.

Mas isso foi de manhã.

Agora é de tarde e está a cair uma chuvinha chata de Outono.

Sai disparado de casa.

Desesperadamente, a correr como se dependesse dele o destino do mundo, entra de rompante no tasco de gentes finas e dirige-se directamente á mesa onde o esperam.
Ofegante, antes de se sentar, enquanto cumprimenta com dois beijos a doce criatura de carnes femininas, deixa a desculpa da sua demora, intercalada entre o momento protocolar.

Esta foi a frase que estourou completamente as suas hipóteses de conseguir sacar qualquer coisa do seu mais recente engate.
Era o segundo encontro.
O primeiro até tinha corrido bem, poucas parvoíces, conseguiu aguentar as flatulências com uma ferocidade hercúlea e principalmente evitou olhar para as mamas dela mais do que dois segundos seguidos em intervalos de quarenta. Aceitável segundo a convenção de Genebra.
Pobre coitado.
O parolo documentava-se.
Lia toneladas de literatura sobre o que supostamente as mulheres gostam e tenta a todo custo ser o melhor e andar sempre com a lição bem estudada.
Dias inteiros a torrar as pestanas por entre revistas femininas e livros inúteis sobre a ambígua psique feminina, que lhe deram pensa ele, uma grande bagagem no que diz respeito á lide da docemente selvagem criatura do demónio.

Fodeu-se completamente com todas as gatas com quem saiu.

Agora, desespera.

Sentada no banco de trás do autocarro, está uma freira veterana, gordinha e risonha.
Antes de entrar para o convento teve de ter a certeza de que não ia perder nada da vida. Já entradota no que diz respeito á incursão normal na santa doutrina, a irmã fez questão de ver se perdia alguma coisa caso deixasse os rapazolas para sempre de fora da sua vida.
Jovem roliça, dedicou-se a espancar dezenas de chouriças para ter absolutamente a certeza no que se ia meter, e não ficar depois a pensar que ficou em perda.
Pelos vistos achou que não perdia absolutamente nada. Conseguia, segundo ela, melhores resultados sentada no bidé com um pequeno jatinho de água morna anatomicamente apontado e com dois dedos, do que estar a aturar anormais.
Assim, devota, resolveu dedicar-se á salvação das almas do purgatório e á confecção com posterior devoração de doces de ovos conventuais. Também vende alguns.

Ao seu lado senta-se um jovem com cara de patego.
Viu-o a correr pela rua abaixo, para apanhar o autocarro. Achou piada, porque o rapazote teve quase a ser mordido por uma matilha de cães vadios que preguiçosamente se espalhavam no passeio e teve quase a tropeçar num chupa-amendoas branco vestido com um casaquinho beije paneleirento que quase lhe deitou o dente.

Senta-se ao lado dela.

Agarra na cabeça e encosta a testa ao banco da frente.

Não sabe o que mais há-de fazer.

Nem o que dizer.

Já não aguenta mais. Apetece-lhe mandar tudo para o caralho mais velho.

Ele sempre fez tudo direitinho! Sempre soube as lições na ponta da língua, sempre seguiu as regras á risca…

Sem dar conta, olha instintivamente para o lado. Lá estava a freirita com um sorriso simpático.

Sem mais nada, desata a desbobinar todas as suas frustrações em relação ás gaijas, á irmã que lá faz o frete de ouvir.

“E eu faço sempre tudo bem, eu estudo as lições todas, eu nunca falho… Eu sei que sei tudo o que uma mulher quer… E sente… Eu li tudo…”

Vira ligeiramente a cabeça e fita a santa mulher com os olhos vermelhos de travar o choro e deixa sair a pergunta que o angustia.

“Irmã, é ou não verdade que o mulheredo gosta de tipos sinceros e com sentido de humor?”

A freira sabidola olha de canto para o parolo e ri-se. Lá no seu íntimo sabe perfeitamente que este tipo é um caso perdido. Na sua juventude chegou a sair com uns quantos. Ela sabe muito bem o que s gaijas querem, mas também não lhe vai dizer. Só o ia deprimir mais porque ele não é feito de porcelana nem tem uma torneira de aço inox.

Mas, contudo decide tentar consolar o tanso.

Condescendente, pergunta ao derreado sentado ao seu lado o que se passou.

Este, suado e desesperado, sem levantar a testa do banco da frente, explica que todas as mulheres fogem dele depois de ser realmente um tipo sincero e com humor.

“Tal como esta ultima, quando lhe disse o que se passou.”

“E o que lhe disseste meu filho?”

“Desculpa o atraso. Mesmo antes de sair tive uma avassaladora descarga de caca.”

Fim da História.

Pronto meus totós, espero que com esta historinha, vocês aprendam que as gaijas não gostam de gaijos sinceros e com sentido de humor. Isso são historias escritas por parolos que querem eliminar concorrência, fazendo crer a vocês meus totós que as gaijas querem coisas desse tipo.

Viram o que aconteceu ao patego da história? Se ele tivesse inventado uma desculpa toda filhadaputa, não ia ter melhores hipóteses do que ter sido sincero e supostamente com sentido de humor?
E não pensem que uma santa mulher vos vai dizer o que fazer, porque nem essas vos dizem.

Aprendam meus morcões.

Baaaaaaaaah!!!!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

"a mentira não corre, tropeça e caí pois a verdade vem sempre ao de cima"...mais tarde ou mais cedo descobre-se os patos tansos e as patas que andam por ai...há pois é!!!
só não vê quem não quer...como tu mesmo disseste por debaixo daquele hábito de freira há muito calor humano..abram os olhos..lol
angelfriendd**

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