A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

terça-feira, abril 03, 2007

O Intelectual de Retrete, versão obscura. (teste)

Á muitos anos atrás, durante a fria guerra fria, existiu um homem que poderia ter tornado o mundo diferente, mas não.

Arrebatado por uma sede insustentável de saber e uma espécie de hiperactividade que não o deixava concentrar, nunca conseguiu acabar de ler um jornal, um livro, ou o mais pequeno texto que fosse. Esta sua obsessão levou-o a criar na mente uma manta de retalhos de ideias fragmentadas colhidas nas breves leituras que fazia, e precariamente cozidas á base de vodka pura.

Este homem, poderia ter sido alguém se não fosse o vício de estar sempre metido na casa de banho a fazer sabe-se lá o quê. Podia se não fosse a estúpida forretisse que se inclinava mais para a vodka do que para o papel letrado, se não fosse o conformismo confortável das ideias pré-concebidas e das tiras de jornal que estavam na casota da retrete para lhes poder limpar o rabo peludo no depois de ler o excerto esfarrapado.

Mas também, isto agora não interessa a ninguém.

O que interessa é que a partir do momento em que se fechou na casa da retrete, depois de arrotar vodka á quinze dias, de lá nunca mais saiu.

Não vê o mundo a partir de sombras, como o outro.

Vê-o a partir de tiras.

O que lhe vale é o constante fornecimento do papel rasgado trazido por caridade, para o poder ler e a partir dai tirar as suas próprias conclusões do mundo que o rodeia.

Não vê nada porque não quer.

A partir de certa altura, começou a falar sem parar.

Quem á porta passava, ouvia uma voz que as confortava do mundo cinzento e de medo em que viviam, chegavam ideias fáceis de digerir, desfragmentadoras de remorços pessoais, apontadas a alvos fáceis de abater, conceptuais, inexistentes. São como fantasmas criados numa retrete que não passam dali, mas no momento em que iniciou o processo de vómito produto de uma overdose de informações quebradas, a falar sem parar, tornou-se numa espécie de guru para meia dizia de almas perdidas, sem rumo.

Não se cala nem sai de lá.

Por sorte não saiu de lá.



Em baixo existe outra versão do intelectual de retrete. Se tiverdes pachorra para ler, leiam e digam qual é a que gostam mais.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas pk que o gajo se fechou lá??
:O

Anónimo disse...

esta versão é melhor...

www.rochasuave.blogs.sapo.pt

Moura ao Luar disse...

Beijokas e boa pascoa

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