A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

sábado, julho 15, 2006

A Profissional.

Depois de debulhar dezenas de mangalhos grossos como eucalipatos centenários, Rutinha Lambona, conhecida e galardoada actriz porno da tela portuguesa, dirige-se ao seu camarote decrépito revestido a tabopan com fotos dos filhos e família a tapar os buracos esfarelados das paredes.

Em cima duma mesa lacada com uma imitação rasca de madeira e remates em alumínio está uma bacia de plástico amarela e um garrafão usado com água da companhia. Enche a bacia e prepara-se para retirar os litros de esporra que lhe escorrem pela linda cara de traços delicados.

Enquanto tenta lavar a cabeça e livrar-se da substancia pegajosa, Rutinha Lambona pensa na sua vida e vai planeando o resto do dia.


Hoje foi um dia tramado. A cena que teve de gravar consistia num gang bang com mais de trinta matulões de colhões cheios vestidos de meninos colegiais com uniforme de marinheiro tipo pato Donald. Pelo que parece, Rutinha Lambona neste filme é uma ilustre professora de matemática que gosta muito de recompensar bem os seus aluninhos quando estes fazem os trabalhinhios de casa.

Conseguindo a fantástica proeza de arrumar com seis tipos de cada vez, Rutinha Lambona é um autêntico prodígio de coordenação motora, dirigindo cada movimento com uma mestria inigualável, qual maestro duma filarmónica.

Enquanto que abocanha uma pila com prazer, sim com bastante prazer pois Rutinha Lambona alem de ser estritamente profissional é das poucas pessoas neste mundo que alia gosto pelo trabalho, vocação natural e profissionalismo, vai degustando a gaita a um dos actores enquanto esfrega uma picha em cada mão. Um dos felizardos aconchega o marsápio nos delicadamente rijos seios da protagonista enquanto outros dois entalam a chouriça assada, de tanto esfregar, no rabo apertado e na fantástica debulhadora assassina da nossa heroína.

Esta cena teve de ser repetida dez vezes. Em cada vez, Rutinha Lambona teve que arrumar com os trinta parolos, sempre da mesma maneira, só que melhor de cena para cena.


Está exausta. Pega num regador junto á mesa, enche-o com água e verte o liquido frio pela cabeça inclinada para tirar o champô johnson baby dos cabelos castanhos. A espuma passa pelos seus meigos olhos escuros que fecham instintivamente quando sente a agua a passar.

Mas não faz mal. Não arde.

Depois, lava-se da melhor maneira que pode, seca-se, passa o cremezito para hidratar a pele, mete o soutien que lhe aconchega as ricas mas castigadas xuxas que só elas sozinhas trabalharam neste fatigante dia mais do que toda a assembleia junta durante o ano lectivo de 2005 2006, enfia as cuecas castanhas de gola alta de que tanto gosta, veste o vestido florido, pega na bolsa e sai.

Ainda tem que passar pelo pingo doce. Enquanto se lavava foi pensando no tacho que vai fazer hoje para o pessoal lá em casa. Quatro filhos e um marido fiel esperam por ela em casa para serem alimentados.

Pelo caminho passa pela igreja e deixa uma esmola e uma oração á santa. Chega ao supermercado, pega num cesto e vai pegando no que falta para completar o jantar.


De repente olha para as horas. Merda! Ainda tem tanto que fazer! Despacha-se para chegar a casa. Pousa as compras e começa a fazer o estrugido.

Enquanto a cebola vai aloirando no azeite a ferver, Rutinha Lambona sempre de olhos postos no tacho ao lume e nos filhos traquinas vai cozendo as meias rotas e ouve divertida as queixas do marido sobre dia duro que teve lá no escritório.

1 comentário:

Anónimo disse...

caraca me amarrei nesse texto muito hilario mais é a realidade e não é nada engraçada eu nem sei pq to rindo eu sou um estupido msm

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