A aplicação teórica de assuntos práticos e relativos á questão do ser adjudicado à alma do animal que nasce dentro de todos nós.

domingo, agosto 13, 2006

A abençoada amaldiçoada. (arranjem titulo melhor atão!!!)

Enquanto calmamente tira a roupa no quarto do seu apartamento no decimo segundo andar, Joaninha não se apercebe da audiência diária que tem. A janela rasgada do quarto voltada a nascente é como um aquário gigante de vidro e betão branco.

A audiência, capaz de provocar as maiores invejas a estações internacionais, cresce de dia para dia e é composta por uma panóplia variada de todo tipo de gente.

Desde o trolha sarapilheiro cheio de cimento entre as orelhas que empoleirado no seu andaime vai chapando o reboco com o mesmo entusiasmo que um cão tem quando passa por um cesto de uva vindimada, até ao senhor doutor juiz, habitante da parte rica da cidade que sobranceira á encosta do outro lado do rio a mais de cinco quilomentros tem na luxuosa varanda voltada a poente um potente telescópio. Prenda para os netos diz ele para disfarçar e ainda aproveitou o recibo da compra para meter em despesas de educação.

Todas as idades, desde o pré adolescente ao idoso acamado, agraciado pelo viagra e pela alma caridosa que o pôs numa cama com costas elevatórias têm sempre uns binóculos na mesinha de cabeceira sempre a postos.

Durante o período de tempo em que a Joaninha anda nua pela casa, para se sentir arejada, mais de dez mil punhetas em honra dela são batidas pela cidade fora.

Todas as construções com vista para o apartamento são as mais cobiçadas. Autenticas barracas teem valores superiores a uma penthouse em Manhattan. Promotores imobiliários já se aperceberam disso e besuntando os rabos certos na câmara, conseguem construir autênticos arranha-céus com janelões e varandas virados para o rabo da Joaninha.

Existe quem já tenha feito fortuna ao alugar a janela da sua casa para lá voltada, a almas crentes que de longe vêem de propósito, numa autêntica peregrinação em busca de inspiração, de tesão, dum milagre ou apenas por mera curiosidade. Mesmo quem não gosta, quando vê não fica indiferente.

Joaninha tornara-se sem saber num mito, numa adoração, numa peregrinação.

Autentico gerador de tesões, a inocente rapariga leva uma vida calma e pacata. Sem ter grande noção que o seu corpinho, obra-prima natural sem nunca ter necessitado de obras de restauro ou de ampliação, é uma das principais causas do desenfreado crescimento urbano. A vila que dantes era é agora uma grande cidade que gira á volta da inocente Joaninha.

As mamas perfeitas dela não inspiram apenas as vulgares punhetas ao fã aflito de tanto tesão. São elas dignas de estarem esculpidas com as suas formas em cobre na praça maior do município. São também uma terapia de casal ajudando o marido de pila mole, farto da vida, farto do trabalho chato e com falta de entusiasmo pela sua patroa, a canalizar a tusa provocada pela visão da rapariga do apartamento para melhorar a vida e alegrar a sua patroa com algo já á muito esquecido. Começara até já a ter fama de milagreira por ter já feito levantar o que já á muito estava morto.

Ela, nunca se apercebeu.

Joaninha, não entende porque é tão solitária. Todas as suas tentativas em contrario sairam sempre furadas. As amizades são poucas e as masculinas são exclusivamente constituídas por homosexuais profundos. Gays extremos.


Aborrecida em casa, Joaninha decide dar uma volta.

Veste-se e sai.

Neste momento, a cidade volta ao seu ritmo normal. O trolha babado volta a chapar o reboco com toda a felicidade do mundo, o puto punheteiro limpa a pila ao forro das calças e regressa aos trabalhos de casa, o juiz velhote larga a gaita engelhada e torna a pensar no processo do pedófilo.

Nunca soube que toda a vida duma cidade e dos seus habitantes gira á volta dela.

Abençoada com uma capacidade inata de provocar terríveis tesões, é amaldiçoada por uma veneração extremista que não deixa ninguém aproximar-se dela da forma que ela realmente quer.

Sente-se um fantasma, sente-se uma sombra, sente-se sozinha.

Mas principalmente e acima de tudo, sente uma vontade inclassificável de arrasar com todos os tesões do mundo.

2 comentários:

Pedro disse...

O teu blog tá muito fixe, parabéns!

Anónimo disse...

O Porto e Lisboa cresceram com "joaninhas"...ahh pois!!Guimarães cresceu assim com uma GAJA chamada MUMADONA, conhecem?? façam uma reflexão enquanto esguelham a vossa pila mole a pensar na "joaninha" da vossa terra! :D
ass: KING da RUSSIA

Prémios

Prémios

Gente Interessada em Cultura de Topo

Quem é o coiso?

Guimarães, Minho, Portugal
Add to Technorati Favorites